Na semana seguinte, a direção da escola pode recolher os frutos daquela tarde. As professoras que participaram da programação já disseminavam a proposta entre as demais. Uma delas se disse impressionada com a disponibilidade de tantos jovens que se doavam em pleno sábado às crianças. Uma outra comentou sobre a harmonia: mesmo os alunos mais danados conseguiam realizar as atividades e, no final, eram os que davam seus depoimentos. Algumas crianças perguntaram se os ‘tios’ viriam todos os sábados.
A programação acendeu, entre todos, a Regra de Ouro: fazer ao outro o que gostaria que fosse feito a você. Hoje, logo após o momento do recreio, vi quando uma das professoras, ao se dirigir a uma das crianças, que tinha colocado o pé para a outra cair, repetia claramente esta regra, levando o aluno a refletir sobre sua atitude, conta a diretora da escola, Cida Paciência.
O número de mães que compareceram, para Cida, foi pequeno, mas significativo: Muitas não compareceram porque trabalham, mas as que vieram demonstraram interesse em mudar atitudes frequentes nas famílias. É impressionante a quantidade de crianças que sofrem maus tratos, outras que vivem com as avós porque os pais são usuários de drogas, relata Cida. Ela fez questão de agradecer a todos que colaboraram para a realização da atividade: Que Deus renove as forças e a esperança de ver que a semente hoje plantada, um dia florescerá, concluiu.
Contato com a espiritualidade – A tarde sobre o Dado do Amor e a Arte de Amar foi no dia 20 de abril, e contou com a participação de 130 crianças, oito professores e nove pais da Escola Municipal Rui Palmeira, muitos dos quais, tiveram, ali, o primeiro contato com a espiritualidade do Movimento dos Focolares. Foi uma tarde especial, na qual trabalhamos a Arte de Amar, com todos, desde as crianças até os professores e as mães das crianças, em uma iniciativa em conjunto do Movimento Juvenil Pela Unidade (MJPU), com Famílias Novas e Humanidade Nova, resumiu Silvana Fonseca, uma das coordenadoras do MJPU.
Por meio de brincadeiras, dinâmicas e encenações, os seis pontos da ARTE DE AMAR foram assimilados pelos grupos formados pelas crianças, com os adolescentes do MJPU. No sétimo grupo, as crianças pintaram e colaram os dados da ARTE DE AMAR. E havia também a equipe da cozinha, formado por jovens (Gen2), focolarinos e focolarinas, integrantes de Famílias Novas. Esse grupo preparou cachorro quente para todos os participantes.
Tudo foi fruto da Providência, desde os 220 pães, os refrigerantes, até uma doação em dinheiro para ajudar na compra dos descartáveis e de material para as atividades com o dado (papel, cola, lápis de cor e giz de cera) e para as atividades cotidianas da escola, contou Silvana. Há um mês, soubemos que a escola foi arrombada e foi roubado todo material escolar das crianças, completou Eduardo Fonseca, também coordenador do MJPU.
Atividades paralelas – Em paralelo à atividade com as crianças, os casais de Famílias Novas conversaram e contaram experiências às mães presentes sobre a ARTE DE AMAR. O mesmo fez o representante de Humanidade Nova com os professores que tiveram a ideia de construir um projeto pedagógico para inserir esse conteúdo no programa das aulas. Todos demonstraram interesse em saber mais sobre o Movimento dos Focolares.
Pouco a pouco, pudemos perceber o envolvimento dos convidados com os organizadores na preparação e distribuição do lanche e, no final, perguntamos às crianças o que elas aprenderam naquela tarde. As respostas foram: Aprendi a amar Jesus no outro, A amar o irmão, A amar o próximo, Aprendi a fazer um favor para o outro, Aprendi a ajudar os outros, Aprendi a amar o inimigo, Aprendi a amar a todos. Percebemos que a mensagem foi compreendida, avaliaram os organizadores.
No fim da tarde, os Gen 3 (terceira geração do Movimento dos Focolares) e os adolescentes do MJPU pareciam cansados, mas felizes, com a experiência realizada. Sessenta integrantes do Movimento dos Focolares trabalharam na organização do evento.
Sobre o Dado – No início do Movimento dos Focolares, Chiara Lubich descobriu que, no Evangelho, Jesus nos ensina que a coisa mais importante é o Amor, é amar: amar a Deus que é nosso Pai e amar os outros, que são nossos irmãos. Era como aprender uma arte, a Arte de Amar. Os membros do Movimento começaram a pô-la em prática, de acordo com o Evangelho.
Em 1998, Chiara explicou essa Arte a mais de 1.000 Gen 4 reunidos num Congresso, em Roma. Disse-lhes que, Para amar bem, é necessário fazer seis coisas: amar a todos, ser o primeiro a amar, ver Jesus no outro, fazer-se um com os outros (isto é, amar os outros como a si mesmo, identificar-se com as suas alegrias e tristezas), amar o inimigo e amar o próximo. Ali, surgiu o Dado do Amor, posteriormente difundido nos cinco continentes.