No dia 30 de maio, na cidade de Canoinhas, norte de Santa Catarina, teve início a Mariápolis 2013. É a primeira que se faz nesta cidade e é a realização de um sonho escondido de uma das poucas pessoas do Movimento dos Focolares presentes nesta comunidade. Eram jovens, adultos e crianças, agricultores, professores e donas de casa. Muitos tinham seu primeiro contato com o carisma de Chiara enquanto outros já o têm presente em suas vidas há 20, 30 anos. Ao todo, 230 pessoas experimentaram aquilo que, já durante a preparação, foi sendo semeado e que o título impresso no convite exprimia: Um olhar de amor na cidade.
Numa comunidade pequena, através de um encontro com jovens para a ocasião do Genfest, nasceu espontaneamente a pergunta Por que não fazer aqui uma Mariápolis?. O primeiro a dar todo apoio foi o pároco que há muito tempo esperava que aquele pequeno grupo do Movimento fizesse algo na cidade. Outras comunidades ao redor se uniram (cidades de Mafra, Rio Negro, União da Vitória, Porto União e Mandirituba), começaram a sonhar juntos e cada uma dava a sua contribuição. Mas a experiência mais forte foi com Canoinhas e Bela Vista do Toldo: quase um ano de preparação e sempre mais vinha em evidência o protagonismo de cada um e juntos foram se organizando, mas todos viviam por tudo.
Aos poucos começaram a envolver aqueles que estavam mais próximos da comunidade, depois os que já tinham participado do Movimento em anos passados. Eram as mais variadas formas que cada um encontrava para ajudar a construir a Mariápolis. Como numa cadeia, o amor foi se espalhando e ninguém passava em vão: alguns davam frutas, outro cedia o carro para levar os colchões, quem era especialista em fazer cucas (torta típica da região) ou ainda quem podia oferecer seus talentos para preparar atividades e dinâmicas. O bispo, Dom Frei Severino Clasen, não podendo estar presente, garantiu a presença dos sacerdotes durante todos os dias. Muitas outras pessoas foram ainda conquistadas e não queriam ficar de fora deste momento tão especial para a cidade: teve quem emprestou louças, doou alimentos e até dinheiro! Uma loja emprestou três lindas poltronas para o palco…
Cada detalhe era pensado e foi fruto de uma doação sem medidas: da banda que tinha até sanfona/gaita à cozinha com tantas ajudas e providências, da recepção com chimarrão ao Mariapolital com os talentos que a região colocava à disposição.
Praticamente todas as pessoas da cidade em Canoinhas foram contatadas e nem tudo foi tão fácil, mas uma coisa era clara: Era uma nova cidade. De fato, foi diante desta forte constatação que, no momento de imprimir os convites, o título nasceu espontâneo de uma jovem de 17 anos, pois este olhar de amor já era uma realidade.
O título foi também o que permeou todo o programa daqueles quatro dias e o que ficou impresso em cada um ao voltar para casa. De fato, foi possível ir em profundidade no tema do Amor ao Irmão com a Arte de Amar, as Palavras de Vida de cada dia, as experiências compartilhadas e, principalmente, a vivência nos grupos. Outro momento significativo foi o dedicado às oficinas, nas quais, em quatro grupos diferentes, os mariapolitas puderam aprofundar e conversar sobre pontos específicos das cidades onde pode-se levar o amor: ambiente de trabalho, paróquia, família e nas redes sociais. Nasceram propósitos concretos nos grupos e individualmente e é o que está permeando os Pós-Mariápolis e os reencontros dessas pessoas em suas cidades.
As próprias palavras dos participantes, ao responder à pergunta O que você leva dessa Mariápolis para a sua vida, exprimem o que foram aqueles dias:
“Levo desta Mariápolis que eu quero amar mais o próximo. Distribuir mais amor. Dedicar-me mais às pessoas carentes. Aproveitar as oportunidades de fazer o bem”.
Aprendi que devemos testemunhar este amor com gestos concretos, ajudando, partilhando tudo o que temos”.
Uma frase que marcou bastante foi: SE NÃO AMO O IRMÃO QUE VEJO, COMO AMAREI A DEUS QUE NÃO VEJO? Sinto que foi um fortalecer para chegar em casa e no trabalho renovada!
“É difícil explicar esses momentos com palavras, mas sim com sentimentos. Sentindo o amor das pessoas, uma com outra, todas vivendo em um só amor. Sentindo a presença de Deus no coração de cada uma delas. É algo muito bom, principalmente para quem participa pela primeira vez da casa de Maria, como eu”.
…Outro ponto que me marcou foi o engajamento do Movimento jovem. É fácil perceber a diferença do jovem que tem Jesus no coração. A apresentação dos grupos (no sábado) evidenciou jovens, serenos, equilibrados e na paz do Senhor”.
“Senti o amor dos irmãos e as orações neste momento de dor da partida de meus dois filhos para a eternidade. Agradeço a todos no fundo do meu coração. E levo o amor e a alegria de continuar a viver, pois tenho um filho que precisa de mim. Amém”.
“Eu poderia resumir tudo em uma palavra: AMOR, eu não me lembro da última vez em que sorri tanto, ou a última vez em que cumprimentei tantas pessoas. Nunca recebi melhor tratamento sem intenções, ou seja, eu não paguei para essas pessoas me amarem, me trataram bem, e isso é uma lição de vida, algo a ser sempre lembrado e algo que levarei daqui, ser simpático, feliz e prestativo, amar. Ser humano por alguns dias e levar isso junto, cuidar daqui em diante para que isso apenas continue”.
“Como eu só vim um dia, não participei de muitas coisas, mas durante um dia só percebi que a Mariápolis ajuda muitas pessoas, quem não sabe amar ao próximo por exemplo, eu não conseguia amar o inimigo e eu aprendi que a gente tem que amar o inimigo e perdoar”.
“Onde não há amor, que eu levo amor e o encontrará. Nas pessoas mais diferentes de se conviver. Que eu dê amor a essa pessoa que eu enxergue Jesus dentro dela. Assim ela também irá me dá amor. Esse é um exercício que está comprometido, e que eu não desanime diante das primeiras dificuldades”.
“Renovação do meu ser cristão, que sempre procuro melhorar, mas as cruzes aparecem. Desta Mariápolis levo mais forte para a minha vida, a minha fé de nunca se cansar de amar a Deus e ao próximo, a natureza; e cada vez mais acreditar que Deus é único “Que entregou o seu filho para nos salvar”. Por amor”.
“Três coisas me marcaram: 1. A coragem de Chiara ao dar o seu sim radical ao plano de Deus. Ela é Maria aqui na terra, hoje quero repeti-la; 2. Devo fazer cada coisa pensando no bem maior ao irmão, até na maneira de me sentar: estou sentado, mas balanço os pés?… isto pode irritar o meu próximo? faço um sacrifício por Jesus nele e me comporto sendo o amor; 3. Enxergar Jesus no irmão, com os olhos espirituais. Morro por ele”.