Bruno Braccioni“Foi Maria quem me fez encontrar o Ideal da unidade, quem me sustentou nos momentos difíceis e nas provações”. – Escreve Bruno Braccioni a Chiara Lubich – Peço a Jesus um coração puro para poder amá-la e doar-lhe todo o resto da minha vida”.
Para dizer a verdade, Maria esteve presente na sua vida desde o seu nascimento, pois Bruno nasceu em Urbânia, na região de Marche (Itália), e seu próprio nome é inspirado na cor da madeira escura de Nossa Senhora de Loreto, da qual a avó era devota, e também porque o seu primeiro contato com os focolares, que poderia parecer uma casualidade, parece ter sido guiado por uma  “maestrina celeste”.

Era o ano de 1958. Durante uma viagem de ônibus um passageiro espia o jornal que Bruno estava lendo. Esta pessoa perguntou se ele morava numa certa rua (a mesma onde estava situado o focolare) e este fato despertou em Bruno uma tal curiosidade que o levou a verificar pessoalmente quem morava naquela casa. Foi assim que, aos 29 anos, ele encontrou pela primeira vez os focolarinos de Turim.

Desde aquele momento a sua vida sofreu uma espécie de “aceleração”, ele iniciou uma correspondência com Chiara Lubich que poderia ser definida como “de alma”, no sentido que confiava a ela as suas conquistas e aspirações, deixando transparecer uma grande riqueza interior. Da sua pessoa permaneceu impresso o equilíbrio humano, a simplicidade, o grande coração, o amor concreto, a humildade diante de todos.

Sentiu que não podia mais esperar e revelou a Chiara a pergunta que estava mais forte no seu coração: “como fazer para entrar logo no focolare?”. Escreveu: “Não tenho obstáculos externos que me impeçam de dar este passo. Sinto forte o chamado de Deus para consagrar-me totalmente a Ele, sem reservas ou qualquer comprometimento. Encontrei algo que preenche minha alma, aquilo que já há algum tempo procurava”.

Como um “migrante do Evangelho” Bruno iniciou a vida de focolarino na Argentina, em Buenos Aires, onde permaneceu por quatro anos. Depois voltou para a Itália, esteve em Trieste, Florença e depois em Loppiano, a Mariápolis permanente internacional dos Focolares, até quando se transferiu para a região dos Castelos Romanos.

De Loppiano escreve Yannick, que viveu com ele nestes últimos anos: “Bruno sabia que necessitava de um enfermeiro e gostava de me apresentar aos outros como o seu ‘anjo da guarda’! Os diversos AVC dos anos precedentes haviam reduzido as suas capacidades, mas o amor autêntico para com cada um que encontrava tinha sempre a precedência sobre o resto. Bruno era um homem de relacionamentos, sabia “encontrar” quem estava diante dele: amigos e familiares, conhecidos e desconhecidos. Tive ocasião de presenciar o lindo relacionamento que mantinha com as irmãs e com seus numerosos sobrinhos e os filhos destes. Com certeza deve ter passado por momentos difíceis como consequência da sua invalidez, mas sabia recolocar-se logo a amar”.