No início dos anos 1970, em Asti (Itália), com pouco mais de 20 anos, uma conversão fulminante! Através de Rosi, sua noiva, conhece o ideal de Chiara Lubich. Fica fascinado pela descoberta do Evangelho, não um livro histórico dizia sempre mas o livro de hoje.
Filho único, órfão aos oito anos, cresceu num ambiente familiar indiferente aos valores religiosos. Em poucos anos, estudando à noite, consegue com a nota máxima o diploma de perito industrial e de operário passa a chefe de sessão e desenhista técnico, com a responsabilidade por centenas de trabalhadores. Casa-se em 1962 e nascem Paolo, Piero e André.
Cesare ganha bem, ele e Rosi decidem construir uma casa que querem que seja grande, acolhedora, aberta: um focolare, um lugar onde, pelo amor recíproco, possa-se experimentar a presença de Jesus. A casa de Asti torna-se uma referência para a comunidade dos Focolares, espaço para a acolhida de muitas pessoas, família para as numerosas crianças que recebem em custódia.
Em 1977, o casal Antonietta e Carlo Lanzani doa ao Movimento uma fazenda com terrenos para agricultura, na província de Brescia, com o desejo que possa tornar-se um centro de formação e espiritualidade. É solicitada à família Zorra a disponibilidade para transferir-se. Não é uma decisão simples. É preciso deixar um excelente lugar de trabalho, uma renda que consente uma vida abastada, profundas raízes na realidade local. O sim de Cesare, seguido pelo de toda a família, é imediato e sem questionamentos. Nele existe a fé da criança evangélica, que espera tudo do Pai.
No mesmo ano chegam a Frontignano di Barbariga e instalam-se numa parte da fazenda. Cesare tem 40 anos e depara-se com o trabalho de agricultor, do qual não sabe nada, devendo pedir tantos conselhos aos especialistas em agricultura do lugar, muitas vezes com um pouco de embaraço.
Perguntando a Chiara Lubich como conciliar o trabalho agrícola com o seguimento de Deus de maneira totalitária, ela responde com uma frase do Evangelho: Buscai antes o Reino de Deus e a sua justiça e todo o resto vos será dado em acréscimo. Adotei aquela palavra escreve Cesar como referência para a minha vida.
A família Zorra vive, com esta convicção, uma extraordinária experiência de abandono à Providência, de comunhão simples com as pessoas daquele lugar onde Cesar é admirado pelo equilíbrio, a sabedoria humana, a capacidade de não dramatizar até nas situações aparentemente mais complicadas. Quem o encontra sente-se acolhido, amado, porque tem uma enorme fineza nos relacionamentos, faz com que todos sintam-se à vontade, sempre com grande humildade. Sabe amar e deixar-se amar.
Cesar promove formas de colaboração entre os agricultores, propõe soluções cooperativistas para a aquisição de maquinário, inventa soluções técnicas que partilha com os colegas, atua no voluntariado. Pedem que se comprometa na política, uma nova fronteira para ele. Aceita. É eleito como vereador e é referência para todas as tendências, um conselheiro desinteressado e mediador nas situações administrativas mais complexas.
Ao redor dele e de sua família cresce a pequena comunidade do Movimento em Brescia. No batizado de Maria, a quarta filha hoje uma focolarina, na África do Sul -, no pátio da fazenda reúnem-se algumas centenas de pessoas, na mais absoluta simplicidade, para festejar. Com a contribuição de todos, depois de alguns anos, a antiga fazenda é completamente restruturada e nasce o Centro Mariápolis Luz.
Outros momentos importantes: duas viagens ao Paquistão e um ano passado na Argélia, com Rosi, para sustentar as comunidades locais do Movimento.
Domingo, 28 de setembro de 2014, um enfarte o fulmina, a poucos passos de uma capela dedicada a Nossa Senhora das Dores.
Com o passar dos anos, com as dificuldades da idade e as provações físicas, o seu relacionamento com Deus foi cada vez foi purificado. No fim de um retiro espiritual escreve: A minha alma sentiu com força, como se fossem novas, as palavras de Jesus: vem e segue-me.