De 27 a 29 de julho, o Centro Mariápolis, em Igarassu (PE) sediou o Congresso Regional “Construindo a fraternidade hoje – protagonismo do cidadão”, promovido pelo Movimento Humanidade Nova e o Movimento Político pela Unidade (MPPU), que têm em comum, entre outros objetivos, contribuir para a construção de uma sociedade fraterna. “A fraternidade universal e a unidade de todos os homens são, hoje, mais do que nunca, uma aspiração profunda da humanidade e uma verdadeira”, afirmou Chiara Lubich (1922-2008) em uma de suas mensagens ao MPPU que ela fundou em 1996, em Nápolis, na Itália, e que chegou ao Brasil seis anos depois, em 2002, uma década atrás.
Em comemoração aos 10 anos de atuação no País, o Movimento Político Pela Unidade na Política se juntou à Humanidade Nova no Nordeste para discutir, entre outros aspectos, as Políticas Públicas e a Municipalidade. Humanidade Nova foi fundado também por Chiara em 1968 e tem como animadores os voluntários – homens e mulheres comprometidos em atuar as palavras do Evangelho nos mais variados âmbitos sociais, culturais, econômicos e políticos para dar respostas concretas aos desafios da sociedade contemporânea.
Combatendo o consumismo – Na sexta-feira, os participantes do Congresso Regional do Movimento Humanidade Nova e do MPPU se dedicaram a um curso de Planejamento Financeiro, como um modo de combater o consumismo que avança na contramão de uma sociedade fraterna. “Se uma família se descontrola financeiramente, além de ultrapassar os limites de um consumo sustentável, ela fica abalada e a soma desses abalos familiares gera o descontrole coletivo. Por isso, é importante atacar o problema no nível do planejamento financeiro familiar”, explicou o perito e auditor contábil Magnus Antônio Pinho de Carvalho, o facilitador do curso.
Assessor Contábil de Micro e Pequenas empresas na Bahia, Magnus oferece há cinco anos um curso cujo título é sugestivo: “Não Importa o Quanto você Ganha, mas Como você Gasta”. Na primeira parte, o facilitador discorre sobre as armadilhas do consumismo, as ferramentas para evitá-lo e, para aqueles que já se encontram endividados, indica a porta de saída. Na segunda parte, os participantes são convidados a dividir-se em grupos e simular a experiência de uma família na administração de uma renda inicial de R$1.200,00. A depender da estratégia de cada “família”, esse valor pode se transformar em ganhos e perdas.
“A repercussão do planejamento financeiro é sempre positiva porque uma pessoa endividada não consegue sequer rezar”, argumentou Magnus. Formatada como um grande jogo, a oficina agradou aos participantes do congresso. “Chamou a nossa atenção para os pequenos atos que nos induzem ao consumismo”, avaliou Glória Nunes. A funcionária pública afirmou sua convicção de que é possível reverter essas e outras distorções na vida em sociedade com o exercício da fraternidade em todos os ambientes. Ela e uma colega contaram como atuam esse princípio no Tribunal Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), que realiza um trabalho de conscientização sobre o voto livre e consciente, cujo lema é: Voto Vendido, Povo Vencido.
Fraternidade na cidade – No sábado, o programa teve início com um vídeo em que Chiara Lubich afirma que a fraternidade é uma necessidade na construção da vida política da cidade. Com base nessa resposta, seguiu-se uma discussão sobre o protagonismo do cidadão. Participaram da mesa redonda a escritora e jornalista Jussara Khoury, a professora da Universidade Federal de Pernambuco, Dra. Maria José Luna, o Diretor Geral da Associação Caruaruense de Ensino Superior, Paulo Muniz Lopes e o metalúrgico Antônio José Nascimento, cidadão do município de Igarassu (PE). Em sua exposição, Paulo Muniz, procurou demonstrar que a fraternidade vivida é doutrina e método que induz ao protagonismo do cidadão e citou, segundo Chiara Lubich, os quatro modos de construir o protagonismo na fraternidade: esquecer-se de si, desapegar-se das coisas, dos pensamentos e ideias e até mesmo dos próprios interesses.
Jussara Khoury explicou como procura transmitir esse valor por meio da literatura, promovendo o diálogo e dialogando com diferentes gerações. Jussara vem percorrendo o Nordeste para apresentar a coleção de livros “Conceitos sem Preconceitos”. Composta por cinco cartilhas, a Coleção aborda temas, como Bullying, Drogas, HIV/Aids, DST e Internet/Redes Sociais. A inspiração para a abordagem, segundo a autora, foram os ensinamentos e valores transmitidos por Chiara Lubich.
Já Maria José Luna demonstrou de que forma introduziu a fraternidade como princípio na gestão da gráfica universitária, zelando pelo patrimônio público, pelas relações interpessoais e pela igualdade entre as categorias funcionais. Para representar o protagonismo do cidadão comum, Antonio José contou o seu esforço para participar do Conselho Municipal de Saúde, com o objetivo de colaborar para melhorar a cidade e compartilhar com a comunidade os programas discutidos. Contou também uma experiência muito significativa do ponto de vista da temática do congresso. “No início de abril, senti na pele o sofrimento das pessoas que precisavam atravessar uma estrada que cruza a cidade de Igarassu. O semáforo se encontrava quebrado e os motoristas não respeitavam os pedestres, que aguardavam muito tempo por um momento de trégua dos automóveis e precisavam atravessar a BR correndo. Fiquei inquieto com aquela situação. No outro dia, junto a um comerciante, consegui o telefone da empresa encarregada da manutenção dos semáforos. Ao entrar em contato, fiquei sabendo que o contrato com a prefeitura não havia sido renovado. Um dia depois, expus a situação ao departamento de trânsito da prefeitura e pedi, enquanto perdurasse aquela situação, um guarda para facilitar a travessia dos pedestres. Fui atendido prontamente e, alguns dias depois, o semáforo voltou a funcionar. Retornei ao departamento de trânsito para agradecer”.
A experiência de Antonio José parece simples, mas ilustra um argumento importante no Congresso levantado por Paulo Muniz Lopes: “a condição para a chamada inteligência política passa pelo diálogo com o outro para encontrar a grande ideia ou a verdadeira ideia e assim gerar o amor recíproco nas relações políticas”.
Protagonistas na Rio + 20 – A tarde do sábado foi dedicada ao protagonismo dos movimentos organizadores do congresso que se fizeram representar na Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). Uma conexão via Skype possibilitou a participação do jornalista e diretor da Revista Cidade Nova, Gilvan Sousa, em interação com a bióloga, educadora e articuladora da Rede Brasileira de Agendas 21 Locais em Pernambuco, Genilse Maria Cândido. “O grande entendimento que ficou dessa nossa participação foi a importância de nos articularmos e nos fazermos presentes nessas ocasiões em que outros atores sociais se mobilizam para promover um mundo melhor”, afirmou Gilvan.
A conferência marcou o início de uma nova etapa no protagonismo do Movimento dos Focolares, que participou da Rio+20 com uma delegação composta por 28 pessoas de diferentes regiões do Brasil e também de países como Argentina e Alemanha. “Estamos tentando entender que contribuição nos cabe dar no âmbito não apenas regional, mas nacional como movimentos de amplo alcance”, concluiu Gilvan.
No dia 16 de junho, a Escola Civitas, expressão do MPPU para a formação da juventude na política, realizou uma atividade na Cúpula dos Povos, apresentando as ideias força deste movimento e da Economia de Comunhão (EdC), vinculadas à fraternidade, à gratuidade, à reciprocidade. A EdC também foi apresentada no Fórum de Empreendedorismo Social na Nova Economia, no espaço Humanidade 2012, evento que ocorreu paralelo à Rio+20.
Genilse Cândido explicou que o documento final da Rio+20, “O Futuro que Queremos”, foi aprovado por representantes de quase 190 países. “Sem avanços na agenda socioambiental e empurrando todas as grandes decisões para o futuro, o texto foi comemorado por evitar retrocessos”, comentou a bióloga, que reconhece um ganho apontado pelo chanceler brasileiro Antônio Patriota: foi a primeira vez na história da ONU que um documento tem os três pilares do desenvolvimento sustentável – social, ambiental e econômico – bem equilibrados.
A bióloga chamou a atenção para um dos principais resultados esperados pelo Brasil, na Rio + 20, que acabou não acontecendo: a decisão de lançar o embrião de um acordo para a proteção, além das jurisdições nacionais, das áreas marinhas que cobrem metade da superfície da Terra. Genilse conta que “por pressão de uma aliança improvável formada pelos tradicionais inimigos, os EUA e a Venezuela – com apoio de Cingapura e Japão – o texto sobre os mares foi ‘aguado’ entre a primeira e a segunda versão”. E a decisão sobre essa questão ficou para ser tomada até 2015, no máximo, pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
Contudo, para a delegação HN- MPPU-Focolares, segundo Genilse, foi importante constatar o protagonismo das entidades civis, dos povos ali representados. Ao contrário do que muitos formadores de opinião transmitiram, os depoimentos da bióloga e do jornalista deixaram claro que a Rio+20 foi muito mais do que uma conferência de chefes de Estado em busca de soluções para seus problemas de sustentabilidade. “Para mim, o caso da Rio + 20 revela que precisamos tomar conhecimento dos fatos a partir de diversas fontes”, alertou a advogada Jacinta Claudino, procuradora da Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba.
Caráter participativo – O Congresso Regional 2012 teve um caráter participativo com momentos privilegiados de interação e construção coletiva dos conteúdos. Os participantes puderam expressar opiniões e expor projetos em oficinas dedicadas à Educação, Saúde, Cidadania, Direitos Humanos, Comunicação e Arte.
“Conhecer para participar, participar para transformar” foi o mote para o trabalho coletivo, segundo Jeronimo da Silva Sergio, 54 anos, psicólogo, especialista em Direito de Família. Membro do Comitê Estadual da Criança e do Adolescente de Sergipe, Jerônimo foi o relator da Oficina de Cidadania e ressaltou a importância do engajamento nas estruturas que concorrem para garantir os direitos sociais. “Observo a necessidade de multiplicarmos os conhecimentos que já adquirimos e partilharmos as experiências que temos realizado de modo a possibilitar que outros conheçam a política de assistência social do Brasil e possam atuar nessa área, por exemplo,” afirmou.
Para o relator da Oficina de Direitos Humanos, Jonhson Pinto, “apesar da corrupção e de tantos desvios, existem mecanismos que podem favorecer o bem-estar social e nós, que integramos os movimentos sociais, precisamos conhecê-los para transformar a política e a sociedade”.
Na Oficina de Comunicação, os participantes puderam se debruçar sobre o protagonismo nesta área que vem inspirando políticas públicas no Recife, entre outras capitais brasileiras, como Belém, Aracaju, Salvador, Goiânia, Curitiba, São Paulo e Porto Alegre. Ganhou destaque a experiência protagonizada pela TV Viva que, nos anos 1980, realizava exibições de programas acompanhadas de debates sobre saúde, educação, cultura e outros temas de interesse dos cidadãos em mais de 40 pontos do Grande Recife. “Esse tipo de ação comunicativa aconteceu em outros pontos do País e demonstra que é possível democratizar o acesso à informação de interesse público e inspira uma comunicação comprometida com a cultura e o desenvolvimento locais”, explicou a jornalista Andréa Moreira, facilitadora da oficina. A discussão sobre as políticas públicas de comunicação, segundo a professora, além da democratização do acesso, envolve a constituição de instâncias democráticas de controle público nessa área, a determinação de princípios éticos da programação dos veículos, além da habilitação da Municipalidade para a posse de meios próprios e para a produção de comunicação. “Trata-se de uma agenda extensa”, acrescentou a pesquisadora e professora da Universidade Federal de Alagoas.
Entre os participantes da Oficina de Comunicação, estava uma das representantes locais de Humanidade Nova, Leda Cruz, de Salvador (BA). Para ela, “a discussão desse tema é essencial para o protagonismo cidadão porque a ação comunicativa permeia todos os demais campos da atividade humana”, explicou. A funcionária pública atua junto aos movimentos sociais no seu estado de origem e afirmou que o Congresso Regional alimentou em todos a consciência da responsabilidade de levar a fraternidade às estruturas e aos fóruns de cidadania que já existem nos municípios.
Exigência de articulação – “Não precisamos criar novas estruturas, mas somar os nossos esforços com aqueles de quem já trabalham pela renovação da sociedade”, sugeriu Leda. A articulação foi uma exigência que emergiu também na oficina conduzida pela integrante do Comitê Territorial de Políticas em Educação Integral de Pernambuco, Glauce Gouveia. Entre os participantes, ficou evidente a demanda de trabalhar, de forma articulada: a escola, os atores sociais envolvidos no processo de ensino-aprendizado e a comunidade.
O destaque da oficina foi o intercâmbio de experiências entre os educadores presentes, um grupo heterogêneo que discutiu, entre outros aspectos, o desafio de introduzir as noções de identidade e territorialidade nos currículos. Além disso, discutiram modos de sensibilizar, coordenar, fortalecer os programas de Educação Integral e a integração das políticas públicas desta área com a da saúde, por exemplo. Na Carta de Princípios do Comitê, apresentada ao grupo por Glauce, constavam conceitos inspiradores ligados à inclusão, participação, democracia e diversidade.
Na oficina dos agentes de saúde, a tônica foi promover a valorização da pessoa nas políticas públicas da área. “O simples ato de escutar o doente é capaz de fazer milagres, pois o doente não precisa só do remédio, mas do reconhecimento como pessoa, como ser visível”, explicou a massoterapeuta Sidney Anunciada da Conceição, relatora do grupo. A esse respeito, Sidney retomou a experiência do médico Cesário Moura na escuta mais profunda dos pacientes. “É nítido que os pacientes hoje se apresentam mais carentes do que doentes”, acrescentou a massoterapeuta.
A coordenadora do Programa de Prevenção da Tuberculose, da Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, Laíze Brilhante, facilitadora da oficina, instigou os agentes de saúde com dinâmicas corporais e palavras-chave como justiça, diálogo, medo, preconceito, garra, perseverança, companheirismo e solidariedade. Para Sidney, foi o suficiente para inspirar os versos que ela compartilhou com todos no momento da plenária: “Perseverar é preciso para mudar a nossa situação, ter uma saúde legal e solidariedade na ação, pois um corpo com saúde agradece o coração”.
Na oficina dedicada à Arte, com a facilitadora e doutora nesta área, Betânia Silva, os participantes tiveram a oportunidade de ver, sentir e interpretar obras de arte e discutir a importância desse aspecto para a vida em sociedade. Uma das conclusões a que o grupo chegou foi de que o equilíbrio social depende de políticas que incentivem a arte e a cultura. Para a Professora Doutora em Linguística, Evangelina Faria, ficou claro também que a arte proporciona sempre a possibilidade de várias leituras, o que concorre para uma abertura ao outro e às circunstâncias de cada um, na vida em sociedade. Destacou também o prazer estético que a oficina ofereceu aos participantes.
Cidadãos com mandato – O domingo foi reservado para o protagonismo dos cidadãos com mandatos eleitorais, referências indispensáveis na composição do Movimento Político pela Unidade. O programa teve início com um pequeno trecho de Chiara sobre “A política como amor”, que dizia assim: “A descoberta de Deus Amor e do homem como criatura essencialmente capaz de amar define a política como arte de compor a convivência dos homens em unidade, de realizar uma comunidade de irmãos. ‘Fazer política’ significa então passar do amor interpessoal (expressão geralmente usada na família ou para os amigos mais próximos) ao amor social, transferir-se para uma dimensão maior.” Muitos participantes exprimiram a necessidade de assimilar esse novo e “revolucionário” conceito de política.
Sobre a base desse conceito, seguiu-se uma mesa redonda com a mediação do cientista político e professor universitário Marconi Aurélio, a participação do Vereador Geraldo Amorim, de João Pessoa (PB), da Prefeita de Rincão (SP), Therezinha Ignez Servidoni e do Coordenador do Orçamento Participativo do Recife, Jonhson Pinto. Therezinha Servidoni, que já foi vereadora duas vezes e está em seu segundo mandato na prefeitura, demonstrou que é possível governar com ética, dialogar com a Câmara de Vereadores, tendo a fraternidade como sustentáculo.
Amorim, em seu segundo mandato, compartilhou as dificuldades que enfrenta na Câmara, mas também ressaltou os avanços conquistados nesses anos, afirmando que tanto as derrotas como as vitórias são sustentadas pela vivência no MPPU. Os encontros mensais e o diálogo permanente em torno da fraternidade dão o suporte necessário para que ele mantenha o foco em uma política ética.
Jonhson explicou como dialoga com os membros do orçamento participativo e cria condições para que os jovens se envolvam com a política comunitária, na Ilha de Santa Terezinha, no centro expandido do Recife. No momento reservado às perguntas e comentários dos participantes, veio em relevo a percepção de que, nesses 10 anos de MPPU, a fraternidade vem despontando como caminho, categoria, que pode abrir novas possibilidades na política do País.
Estratégia e continuidade – Planejar, divulgar e mobilizar pessoas em torno de ações coletivas foram assuntos recorrentes nas conversas informais entre os participantes do Congresso Regional do Movimento Humanidade Nova e do MPPU. Não faltou também uma envolvente dinâmica de integração, um momento de música ao vivo e de confraternização entre todos os que estiveram no Centro Mariápolis durante o fim de semana. Os responsáveis pela Coordenação Regional de ambos avaliaram como positivo o resultado do Congresso Regional 2012 e já planejam ações de continuidade.
A partir das impressões deixadas por escrito pelos participantes é possível ter uma noção dos da atmosfera e dos frutos do Congresso. Seguem-se algumas delas:
Terezinha Servidoni – Pelo conteúdo, temas, dinâmicas e consistência em tudo, gostaria de dizer que encontrei o MPPU amadurecido no Nordeste. Creio que Chiara está muito contente com a comunidade.
Patrícia Regina- O encontro está sendo maravilhoso. As experiências nos dão esperança de que o MPPU pode transformar os políticos e construir a verdadeira política. Não é fácil, mas é possível ter a política pensada por Deus.
Cristiane Valéria- Participar deste encontro foi mais uma oportunidade de crescimento da minha formação cidadã e política. Solidifico a responsabilidade que me foi dada nesses dias de ser a presença concreta do AMOR DOS AMORES, inicialmente nos ambientes de estudo, trabalho e lazer, pois se me comprometo a ser fiel nas pequenas coisas, as grandes serão apenas uma continuação.
Mais fotos em http://www.flickr.com/photos/84038577@N08/
[nggallery id=39]