Como potencializar a Economia de Comunhão? De que modo superar o capitalismo que explora e exclui os trabalhadores? Como convencer o mundo a viver a cultura da partilha, da comunhão? Como dar competitividade às empresas da Economia de Comunhão (EdC)? Como colocar o ser humano ao centro da engrenagem socioeconômica? Estas foram apenas algumas das muitas perguntas e reflexões feitas pelos jovens participantes da Escola Latino-Americana de Economia de Comunhão em seu terceiro dia de congresso.
Para o economista Luigino Bruni, responsável pela EdC no mundo, somente os próprios jovens podem dar respostas a essas e outras perguntas. Os lugares onde a EdC não funciona são justamente os locais onde faltam jovens. Quando uma realidade não tem jovens, não tem nada, porque sem eles falta o entusiasmo, a criatividade, o otimismo, a gratuidade. Os jovens devem ser os protagonistas, conclamou Bruni, em um dos momentos de diálogo previstos na programação.
Jovens como a economista Cristina Souza, professora e doutoranda da Universidade Federal do Paraná. Tendo-se dedicado a estudar a pobreza desde a graduação, ela destacou durante uma breve exposição a contribuição específica que a EdC pode dar: os relacionamentos de reciprocidade que vão além das diferenças socioeconômicas; o protagonismo dos pobres; os novos padrões de gestão da riqueza (os lucros das empresas da EdC são investidos na inclusão comunitária e produtiva dos mais pobres, na formação de jovens para a cultura da partilha e na própria empresa, para que o projeto prospere); e a promoção do desenvolvimento integral de todas as pessoas.
Já o italiano Francesco Tortorella, que trabalha na ONG Azione per un Mondo Unito (Ação por um Mundo Unido AMU), destacou que o modo de enfrentar a pobreza depende do modo com o qual olhamos os mais pobres. Por isso é fundamental, segundo ele, o estabelecimento de relacionamentos fraternos. Procuramos construir uma comunidade em que cada um tem condições de dar e receber alguma coisa, explicou ele, referindo-se aos projetos sociais desenvolvidos em seu país.