Curso Sophia: contemplação e ação como práticas conjuntas

Uma gota de sabedoria abre cada dia do Curso de Férias do Instituto Universitário Sophia para América Latina e Caribe (Sophia ALC), que se realiza de 25 a 30 de julho, na Mariápolis Ginetta, em Vargem Grande Paulista (SP), com a participação de 80 alunos latino-americanos.

A proposta desta sexta-feira (29/7) é a pergunta: ‘O que significa estudar?’. “Não separar a compreensão da prática, mas unir teoria e práxis. É o que sugere a passagem do evangelho de Lucas (Lc 10,38-43) que se refere à conversa entre Jesus, Marta e Maria”, explicou o professor Sergio Rondinara, no início do penúltimo dia de curso.

Ele ainda acrescentou que não se trata de oposição entre atitude contemplativa e ação, e, sim, a circularidade entre vida, práxis e pensamento. “Portanto, contemplando, entendo mais o que vivo e vivendo, entendo mais o que contemplo, pois o ápice da contemplação é a ação e o ápice da ação é a contemplação”, esclareceu o professor.

Durante esta reflexão ficou claro também que Jesus, naquela conversa com as duas irmãs, busca mostrar que as duas atitudes têm eu valor. No entanto, não é necessário angustiar-se com as coisas a serem feitas, como acontece muitas vezes. Como o ritmo da vida, no dia a dia, é muito frenético, é preciso guardar a nossa interioridade.

Após a reflexão houve um momento de profunda partilha entre os estudantes. “Hoje entendi que eu devo ser um pouco como Maria e um pouco como Marta. É uma revolução! Percebi que, mesmo lavando a louça, posso contemplar. Fiquei refletindo e levei em consideração a pureza e a limpeza da água; pensei que sendo um pouco das duas, imagina como seria melhor. Também pensei: se a água limpa e pura é bonita de ser ver, imagina o quanto a pureza da beleza de Deus é bela de ser contemplada”, compartilhou um estudante.

“Sim, precisamos parar e contemplar, rezando, escutando a Palavra e os outros. Ontem fiquei preocupado pelas coisas que devia fazer. Depois encontrei um rapaz que começou a conversar. Agora nós nos conhecemos melhor. Cresceu o nosso relacionamento. É preciso saber perder tempo para construir a fraternidade. É a coisa mais necessária”, disse um aluno.

Uma jovem professora, que dá aula sobre a cultura indígena, apresentou uma imagem muito significativa, expressão da sabedoria desse povo sobre contemplação e ação: “A água evapora e sobe ao céu para depois se tornar chuva que desce e fecunda a terra”.