A delegação da região Nordeste já partiu para o Genfest 2012, em Budapeste, na Hungria. Dos 120 integrantes, 90 são jovens do Movimento Geração Nova e 20, do Movimento Jovens Por Um Mundo Unido, expressões juvenis do Movimento dos Focolares. No apoio, nove adultos, sendo um casal e um sacerdote. O desafio: encontrar-se com a verdadeira identidade de uma geração verdadeiramente nova, disposta a construir pontes de amor, de perdão, de caridade, antes de tudo, entre eles, e com todos. A recomendação: não desviar-se do objetivo da viagem, ou seja, fazer uma experiência na qual o amor fraterno possa prevalecer e demonstrar que o Mundo Unido já é uma realidade.
Pouco antes do embarque, após a celebração eucarística, a delegação refletiu sobre esses pontos e sobre algumas palavras que a fundadora dos Focolares e suas ramificações transmitiu à juventude no primeiro Genfest, em 1975, e na edição de 2000: “Não queremos que o Genfest seja um momento que passa; deve permanecer…e tudo dará certo se o coração de vocês estiver pleno de amor”; “Que o Amor triunfe entre vocês e atraia para si uma infinidade de jovens, para a alegria de todos”.
Nas preces, pouco antes, os presentes pediram proteção e luz: “Ilumina-nos nas nossas decisões para que não sejamos enganados”, dizia a liturgia. O Santo do Dia, Santo Agostinho, doutor da Igreja e “convertido” aos 33 anos, foi lembrado como aquele que fez a melhor, a grande escolha: Deus. O grupo também recordou Vale Ronchetti, uma das primeiras companheiras de Chiara, falecida na última semana.
Por fim, os viajantes compartilharam os esforços que cada um fez para tornar possível a participação no Genfest, assim como a expectativa em torno desta celebração mundial da unidade. “Será assim se buscarmos o essencial nessa festa”, lembrou Francisca Norma, uma das organizadoras do grupo. “É muito importante construir o Genfest juntos e concretamente”, acrescentou Gui, também encarregado pela organização.
Para ambos, trata-se de uma construção com “areia, suor, força: é sair de nós mesmos para ir ao encontro do outro, edificando as pontes concretamente”. O grupo leva na bagagem muitas experiências desse tipo, intensificadas durante este último ano de preparação. Com simplicidade, alegria, mas também muita paz, os jovens se pronunciaram e se comprometeram com esse programa. Aqui, registramos alguns trechos dos seus depoimentos:
Felipe (de Lajedo) – Descobri meu desejo de fazer algo pelo próximo e aderi ao Movimento Jovens Por Um Mundo Unido depois da morte de meu pai, que me fez refletir sobre o sentido da vida. Por isso, estou indo para o Genfest. Durante os últimos três meses, vendemos lanche no trajeto entre Lajedo, onde moro, e Caruaru, onde estudo. E conseguimos chegar até aqui. Acho que isso foi resultado da Providência.
Regina (Igarassu) – Precisei renunciar até ao carnaval para vender água durante os quatro dias de festa. Foram muitas dificuldades para chegar até aqui, mas eu agradeço a Deus e a ajuda de muitos. E estou feliz porque vou estar lá também porque me esforcei e procurei amar a cada um durante a preparação. Dei a minha vida, a cada momento. Talvez se meu pai tivesse o dinheiro para pagar pela viagem, eu não valorizasse tanto essa conquista e agradeço a todos que me deram força e me ajudaram de alguma forma.
Gilvânia (Igarassu) – Vendemos rifas e houve quem nem sequer levou o bilhete, simplesmente nos doou o dinheiro, como um senhor que nos deu R$ 50,00. Estamos aqui e não vamos passear; vamos, sim, construir pontes. Como fizeram comigo os alunos da Escola Santa Maria (da Mariápolis, onde fica o centro de formação do Movimento para o Nordeste), que carregaram as minhas malas em um carrinho de mão, comigo.
Vinícius (Maceió) – Na correria da preparação, houve a festa da padroeira da minha diocese e tínhamos alguns empenhos. Ali, vi que poderia oferecer esse gesto pelo Genfest. Quando ia saindo do local onde realizamos as atividades previstas, depois de ter feito a minha parte, vi uma senhora, sentada na escadaria, desanimada. Procurei cumprimentá-la e percebi que sua situação era realmente difícil. Já ia embora quando entendi que deveria oferecer-lhe também um lanche. Percebi o quanto isso foi importante para ela e para mim.
Itiara (Maceió) – Agradecemos às nossas comunidades que nos ajudaram com as orações e gestos concretos em tantas atividades. Esse evento tem uma dimensão que não podemos imaginar não somente para nós, mas para o mundo. Estou vivendo nessa dimensão, a do Evangelho, que vai contaminando a gente.
Elinelson (João Pessoa) – Sou fruto da Providência, pois venci muitos obstáculos para chegar até aqui: tinha a minha formatura, um atraso no salário, a dificuldade de pedir liberação para viajar. Pensei em desistir muitas vezes, mas a gente faz 1% e Deus faz o resto. Agradeço a Ele por esse momento… Que a gente possa construir e reconstruir essas pontes!
Denise (Lajedo) – Na missa de sétimo dia de um primo, me convidaram para ir ao Genfest e eu aceitei o convite. Com o apoio de minha família, cheguei até aqui. onfesso que estou com medo pela distância, pela saudade de casa, que já sinto, mas estou ansiosa para chegar lá e compreender melhor o nosso papel como Jovens Por um Mundo Unido.
Laís (Altinho) – Eu fui a vários Fóruns (do Movimento Juvenil Pela Unidade, dedicado aos adolescentes) e para o Choque (encontro do Movimento Jovens por um Mundo Unido). Sempre gostei muito de participar e estou aqui…
Pedro (Caruaru) – Acho que o Genfest vai ser uma boa porque vou voltar com algo bem maior.
Experiência em família
No aeroporto, os jovens do Movimento GEN e do MJPU se misturaram com os passageiros em trânsito. Não se distinguiam pela forma de se vestir, mas pelo modo tranquilo como se comportavam em grupo. Fizeram fotos, despediram-se dos parentes, despacharam as malas e partiram. Deixarão saudades em quem ficou. São famílias inteiras ligadas na delegação e no Genfest.
Hilda Rocha, 77 anos, de João Pessoa (PB), veio ao aeroporto embarcar um neto e uma neta. Mostrava-se feliz e confiante. Para a professora Marizete Costa dos Santos, também de João Pessoa (PB), que embarcou a filha, Ana Clara, “valeu a pena ajudá-la a participar e uma confirmação de que esta era a Vontade Deus para ela foi a Providência que também chegou, na forma de um emprego fixo para mim, que fui chamada, depois de quatro anos de aprovação em um concurso público; assim, pude ajudar meu marido, que é autônomo, a pagar as passagens e a estadia de Clara”.
Anabel Viviane Leão estava emocionada: veio de Maceió (AL) para acompanhar a partida de duas filhas, Clarissa e Celise, para o Genfest; a segunda permanecerá por um ano em Loppiano, cidadezinha mais antiga do Movimento dos Focolares, localizada na Itália, e aquela cuja principal característica é a internacionalidade. O marido, Gilberto, que não conseguiu se liberar do trabalho, ficou na torcida com a filha mais velha, Maria Clara. Paulo Muniz e Eveline Lopes se despediram dos filhos Clarissa e Pedro, com a alegria de poder oferecer-lhes a possibilidade de se formarem como jovens comprometidos com uma grande causa: o mundo unido, a fraternidade universal!