A experiência do workshop começou ou em 2012 com a edição intitulada Start up the future e prosseguiu no ano seguinte com Projetar o trabalho, construir o futuro, transformando-se, este ano em Realiza-te/realizados no trabalho. O título, com um jogo de palavras, resume dois dos principais focos de atenção. De um lado o impulso, para nós jovens, a buscar um trabalho que não nos garanta apenas uma remuneração adequada ou o sucesso financeiro, , em mas que nos permita exprimir e desenvolver os nossos talentos, o nosso daimon, e viver o trabalho como uma vocação, em comunhão com aqueles que trabalham conosco. E do outro lado um horizonte e um objetivo a serem alcançados.
Com a ajuda de diversos especialistas e profissionais pudemos conhecer a realidade da Economia de Comunhão (EdC) e refletir sobre a indissolubilidade que liga o trabalho à nossa pessoa. Para nós esses dias não foram só um caminho de formação, mas principalmente de diálogo e crescimento, refletindo sobre as nossas aspirações e sobre a importância de reconhecer os nossos talentos para poder realizar-nos no trabalho, não tanto individualmente, mas como membros pertencentes a uma comunidade. Conhecer o mundo da EdC mostrou-nos quanto a nossa pequena contribuição possa tornar-se muito significativa e agradável, se compartilhada com os recursos dos outros.
O professor Luigino Bruni recordou que trabalhar nunca é somente ocupar um lugar genérico no mundo, mas um exercício fundamental para entender o nosso lugar no mundo, e, sobretudo, que exercitar uma profissão significa inserir-se numa rede social. Este foi outro dos pontos salientes, a necessidade de olhar a uma economia com a alma, que volta a colocar os relacionamentos como ponto central.
Os momentos de formação foram intercalados por worshops com duas finalidades: o conhecimento da experiência direta de alguns empresários da EdC e profissionais de diferentes setores; o conhecimento de si próprio, na busca daqueles talentos pessoais que nos levarão a viver uma experiência de trabalho que além de nos realizar, nos faça participar, com a nossa atuação, da construção do bem comum.
Graças aos dias passados juntos pudemos experimentar a comunhão. Num momento histórico, caracterizado pela crise dos nossos modelos econômicos, pela desconfiança diante das instituições e pelo individualismo, atividades como essa podem fazer renascer a esperança. Uma esperança que brota de exemplos concretos daqueles que entraram no jogo abraçando um modelo econômico inovador, inclusivo e baseado na centralidade da pessoa e do dom, também na economia. Uma esperança que nasce da própria experiência desses dias, quando levantando questionamentos e partilhando reflexões, lançamos juntos um olhar para o futuro.