É lembrada por quem a conheceu como uma pessoa alegre e simples. A sua vida foi uma contínua entrega, desde a decisão de doar a sua vida a Deus na Obra de Maria (Movimento dos Focolares). Jane Frances Maseruka também foi a correspondente nos Camarões de New City África, revista da qual foi tirada esta breve biografia.

Jane Frances nasceu em Gayaza (Uganda), numa família muito unida, onde recebeu uma educação profundamente cristã. Era a oitava de 15 filhos. Parteira de profissão, trabalhou no hospital de Masaka, quando a guerra civil destruía o seu país moralmente e materialmente. Entre os colegas era conhecida pela sua integridade, generosidade e disponibilidade para com os outros, sempre pronta a cuidar dos doentes mais graves, até mesmo fora do seu horário de trabalho.

Em 1985 foi morar em Fontem, nos Camarões, onde nasceu a primeira Mariápolis permanente dos Focolares no continente africano.

Trabalhou 12 anos com amor e dedicação no hospital “Mary Health of Africa” [Maria Saúde da África]. O trabalho era exigente, mas ela nunca perdia de vista o objetivo, a alegria e o seu sentido de humor. Em 2002, transferiu-se de Fontem para Bamenda, uma cidade a algumas horas de distância. Também ali, entre as muitas atividades em que estava empenhada, estava sempre disponível. Uma das pessoas que trabalhou com ela recorda: “Para mim era como uma mãe. Sempre me aconselhou e me ajudou a encontrar o caminho certo no momento em que eu mais precisava”. Trabalhou com o Fon [a autoridade local tradicional] para desenvolver a Nova evangelização, envolvendo grande parte da população. Falando dela o Fon Nkdium di Akum disse: “Agradeço a Jane Frances cem vezes por me ter feito conhecer este Movimento. Agradeço-lhe por me ter sustentado e encorajado nas atividades da Nova evangelização que trouxeram uma vida nova para o meu povo”.

Em 2011, Jane Frances retornou para Fontem. No início de março de 2013, começou a sentir fortes dores de cabeça e os exames médicos indicaram a necessidade de uma delicada cirurgia. A preparação para a intervenção realizou-se em tempo record. Mesmo estando muito frágil, continuou a interessar-se por todos. Um dia disse: “Sinto-me feliz, porque agora não posso fazer nada, é Deus que faz tudo”. Enquanto esteve consciente, no hospital de Yaoundé, quando as dores lhe davam um momento de alívio, continuou a interessar-se pelos outros, e até mesmo a gracejar.

Ao receber a notícia da sua morte, o Fon de Fontem Lucas escreveu: “Jane Frances teve uma vida exemplar aqui em Fontem. A coincidência de nos ter deixado no dia 7 de abril, enquanto todos os Bangwa estavam reunidos para recordar a morte do Fon Defang [o histórico chefe da tribo], reforçam ainda mais os laços que nos unem ao Movimento dos Focolares”.

O irmão de Jane Frances foi a Fontem para representar a sua família. No artigo “The valley my sister called home” [O vale que minha irmã chamava casa], podemos ler o seu testemunho.

O funeral foi concelebrado pelo arcebispo de Bamenda junto com o bispo de Lysinge, que na homilia recordou as palavras de Chiara Lubich: “Nos próximos que encontras durante o dia, em todos eles vê a presença de Jesus”. “E isto, afirmou, sublinha realmente como Jane Frances viveu”.

Fonte: New City África