Margaret Pawley nasceu na Alemanha, seus pais eram ingleses e com a idade de oito anos foi, com a família, foi para o condado de Kent, na Inglaterra. Durante a guerra ela trabalhou na Associação F.A.N.Y. (First Aid Nursing Yeomanry), antes no Cairo e, depois, na Itália. Oficialmente a associação se ocupava do transporte dos feridos, mas, como a própria Margaret se lembrava, o absurdo era que nenhuma daquelas pessoas sabia dirigir! Porém, por causa do perfeito conhecimento do alemão, na realidade Margaret trabalhava no âmbito da espionagem clandestina do serviço secreto inglês.
Ao término da guerra, ela estudou história, em Oxford e tornou-se uma especialista da história inglesa. Conheceu Bernard Pawley, um sacerdote anglicano e, depois de certo tempo, se casaram.
Em 1950, com outros sacerdotes anglicanos, exatamente Bernard foi convidado pelo Cardeal Martini para passar alguns dias em Milão, para aprofundar o conhecimento recíproco. Aquele encontro foi muito significativo tanto que o marido de Margaret tornou-se um dos observadores oficiais da Igreja Anglicana durante todo o tempo que durou o Concílio Vaticano II.
Durante aquele período em Roma, a residência do casal Pawley tornou-se logo meta de encontro das mais variadas pessoas, inclusive cardeais e outras personalidades. A porta de casa era sempre aberta e se, para as refeições havia pessoas além das previstas, Margaret, depois de uma calorosa acolhida, sabia sempre reorganizar, rapidamente, a quantidade de alimentos de modo suficiente para todos.

Grottaferrata (Italia). Padre Foresi, Igino Giordani, o cônego anglicano Bernard Pawley, sua esposa Margaret Pawley, Chiara Lubich, Eli Folonari (1962).
Neste ínterim, em maio de 1961, Bernard tivera contato com a espiritualidade de Chiara Lubich e, reconhecera nesta espiritualidade uma fonte de água viva que jorrava do Evangelho.
Quando voltaram para a Inglaterra, em Canterbury, convicto que os Focolares poderiam ser uma ponte evangélica capaz de favorecer a aproximação de católicos e anglicanos, dedicou-se a promover tal aproximação. As primeiras visitas de Chiara à Inglaterra foram também por causa dos contatos ecumênicos de Bernard.
Margaret também foi envolvida nestas atividades, e não só, em 1980, quando foram realizados na Grã Bretanha os primeiros simpósios, denominados Escolas Ecumênicas, promovidas pelos Focolares, ela tornou-se conselheira do pequeno grupo de estudo que se ocupava de prepará-las. Inspirada pelo carisma de Chiara Lubich, Margaret era uma fiel convicta do diálogo da vida.
Com o passar do tempo, graças à sua paixão pela unidade, à sua capacidade e ao seu incrível conhecimento da história inglesa, tornou-se conhecida como especialista em ecumenismo e o seu trabalho era muito apreciado. Foi convidada, diversas vezes, para expor as suas experiências no campo do diálogo e, com Bernard, escreveu também o livro Roma e Canterbury através de quatro séculos (1974, revisado em 1981). Como reconhecimento ao serviço prestado à Igreja Anglicana, ela foi condecorada com a Cruz de Santo Agostinho.
Margaret nos deixou no dia 28 de fevereiro de 2014, e agora, mais ainda, temos a certeza de que, do Céu, ela continuará a trabalhar pelo desenvolvimento do diálogo entre as diversas confissões cristãs.