No dia 29 de setembro, Nett (Augustine Legarda), do focolare da Nova Zelândia, partiu serenamente para o Paraíso circundado pelo amor dos focolarinos de Wellington e de Melbourne.
Nascido em Manila em 1950, foi um dos primeiros gen das Filipinas a conhecer o Movimento dos Focolares em 1970 enquanto frequentava a escola onde Silvio Daneo, um dos primeiros focolarinos a chegar ao continente asiático, trabalhava como professor. Fulgurado pelo Ideal da Unidade, bem cedo foi a Loppiano, na Itália, para aprofundar a experiência gen e a espiritualidade. Neste período, sentindo o chamado, se doou a Deus como focolarino. Concluída a Escola de formação em Loppiano, voltou a Manila. Em 1974, com Aloizio dos Santos, Pippo Poidimani e Brian Linard deu início ao focolare de Melbourne, na Austrália.
Em 2002 Nett deixou a Austrália para ir à Nova Zelândia para constituir o focolare de Wellington. Em todos estes anos trabalhou como professor do ensino fundamental, conquistando os estudantes e os colegas de trabalho. O seu enculturar-se nascia do mais profundo, como ele mes mo disse numa carta de dezembro de 1982 a Chiara Lubich: “Agora vejo a minha vida futura na esperança de viver ao serviço de todas as pessoas que passam ao meu lado, sem querer nada, só para que todos sejam ‘um’”. Da sua correspondência transparece o relacionamento intenso que tinha com Chiara desde o início. Já em 1972 lhe escreveu: “ Tenho uma sede tremenda de ter a unidade contigo, sinto que só isto é importante. Percebi que é em Jesus Abandonado que a encontro. Portanto, esta unidade está em Deus, porque Jesus estava mais unido ao Pai na cruz ”. E noutra carta do mesmo ano: “ Gostaria de te dizer que hoje a alma está plena de Deus. Jesus é tudo e quero repetir contigo na minha medida aquele amor que tens por Ele e percorrer toda a estrada que percorreste na direção do Pai”. Em fevereiro de 1975 lhe confidenciou: “ Entendi que devo beber da vida da Santíssima Trindade para realizar também aqui o Reino de Deus. Sinto que devo renovar cada dia ‘o Pacto’ para que seja sempre viva em mim esta realidade ao viver as circunstâncias de cada dia. Acho que entendi a grandeza do teu carisma a que Maria me chamou, para vivê-lo e realizá-lo contigo na terra ”. De um encontro em agosto de 2001, escreveu a Chiara: “ Na contemplação da Obra que se difunde na Igreja e por toda parte no mundo confio somente no Espírito Santo, no estar dentro da Alma contigo. Acho que só assim posso viver com radicalismo a Nova Evangelização”.
Quando se espalhou a notícia da sua doença, muitos escreveram impressões comoventes, fruto do amor que Nett semeou no coração de muitas pessoas desde o início do Movimento na Austrália até os últimos dias em Wellington. Foi pai e mãe espiritual para muitos, acreditando em todos e encorajando-os naquilo que faziam. Cada um encontrava nele um amigo que amava com o coração. Durante o período da doença tinha uma doçura e gentileza impressionantes, nunca se lamentava, era sempre sereno e digno. Antes que eu partisse para Amã, respondendo a uma mensagem de Maria Voce, escreveu: “Sou muito agradecido pelo teu amor imenso. Apesar de tudo acredito no amor de Deus. Ofereço todos estes sofrimentos pela tua viagem à Jordânia, pelo diálogo inter-religioso e pelo desenvolvimento da Obra no Oriente Médio. Digo o meu ‘Sim’ incondicional a tudo o que Deus me pede nestes momentos de graça”.
Chiara lhe deu a Palavra de Vida: “ Vou preparar um lugar para vocês ” (Jo 14, 2), lugar que Nett conquistou vivendo em plenitude o Ideal e que agora poderá ocupar no Paraíso.