Somos realmente testemunhas oculares de que a Igreja iniciou um novo caminho, havia dito o arcebispo de Bangkok, Francis Xavier Kriengsak Kovithavanij, na abertura do encontro de 10 dias, que terminou na sexta-feira passada, dia 9 de agosto, com bispos da Ásia, Oriente Médio, África, Europa e Américas, dos quais 23 eram brasileiros, reunidos no centro nacional do Movimento dos Focolares, em Vargem Grande Paulista, logo após a extraordinária Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro.
Existe algo novo que está emergindo, Deus chama continuamente a Igreja a reformar-se. Há um novo perfil, que o Espirito Santo já está delineando, em direção ao qual somos chamados a caminhar, evidenciou o teólogo Hubertus Blaumeiser, em uma vídeoconferência. É o que está acontecendo com o Papa Francisco. A nova forma é aquela delineada pelo Concílio, que o teólogo alemão define como uma onda de relacionamentos de reciprocidade, relacionamentos trinitários, que partem do coração de Deus-Trindade e têm o seu centro propulsor na Igreja, para chegar a todas as expressões da vida humana.
O arcebispo Francis X. Kriengsak, na Missa de conclusão do encontro, confirma isso: Todos nós experimentamos Deus Amor nesta comunhão, nesta unidade, neste amor recíproco que traz a presença de Jesus entre nós e com os frutos que Ele traz: uma fé renovada, coragem, luz, paz, como vimos evidenciar-se na comunhão final entre os bispos.
Entendi que devo, antes de tudo, criar um relacionamento de amor com as pessoas que trabalham comigo e com quem chega e que não devo ter outra medida senão a medida do amor, contou o Cardeal João Aviz, Prefeito da Congregação Vaticana para a vida consagrada. Já pelo fato de ouvir, metade dos problemas se resolvem. Um dia entendi que Jesus sobre a cruz não teve resposta para aquele seu grito: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?. Isto me impressionou. Os tempos de Deus não são os nossos. E ainda, onde parecia não haver solução, a um certo ponto a situação se transforma, disse.
O encontro havia iniciado com o empenho dos bispos em viver o mandamento novo de Jesus em profunda comunhão com o Papa; empenho declarado solenemente no momento da concelebração eucarística e terminou, na Missa de encerramento, com a renovação da consagração a Jesus Crucificado e Abandonado, medida deste amor que abraça e transforma as dores da Igreja e da humanidade.
Ao ser questionado por uma jornalista sobre qual o significado dessa escolha, Dom Mario Rino Sivieri, bispo de Propriá (SE), respondeu: Corresponde àquilo que o Papa está insistindo: nos limites da humanidade, onde as vidas são pesadas, não consideradas, as periferias humanas, não só a periferia das cidade somente, mas estar onde a humanidade sofre. São Boaventura fala que o nosso baricentro é aos pés da cruz, um centro que está embaixo, lá onde confluem todas as águas da humanidade que passam para a fonte da esperança. Estar embaixo, no último lugar onde se pode amar, o lugar de Maria. O Papa critica aqueles que quer estar nos lugares de comando. Eu escolhi como lema omnibus servus. O servo de todos. Não é uma coisa fácil. Porém creio que seja a maneira melhor para servir.
Confira reportagens publicadas sobre o encontro:
http://www.zenit.org/pt/
http://pt.radiovaticana.va/
http://it.radiovaticana.va/