As palavras não exprimem a grande felicidade que sinto
; Estes dias deixaram uma marca em mim. As impressões imediatas de dois jovens, Eduardo de Abaetetuba e Letícia, de Curupaiti, cidades do estado do Pará, após uma semana intensa vivida no Projeto Amazônia.
Conduzido pelo Movimento dos Focolares, o projeto quer ser uma resposta ao apelo lançado pelos bispos brasileiros às diversas expressões da Igreja para a evangelização nesta grande terra, onde os católicos diminuem, os sacerdotes são poucos, e cresce a adesão às seitas.
Abaetetuba é uma das cidades envolvidas diretamente no Projeto. Localizada às margens do Rio Maratauira, alarga-se por 72 ilhas, onde vive a metade de seus 150.000 habitantes. A grande maioria da população enfrenta diariamente não poucos sofrimentos diante da grande pobreza, mas possui um caráter batalhador e alegre, sempre disposto a dar aos outros o melhor de si. Os 45 missionários dos Focolares, provenientes do todo o Brasil, juntamente com os membros do Movimento do lugar e os paroquianos de três comunidades, foram de casa em casa encontrando cerca de 1900 pessoas e receberam em toda parte uma grande acolhida.
Numa família conta Laiane, do Maranhão encontrei uma senhora que estava vivendo um grande drama: naqueles dias havia sido assassinado um jovem, seu vizinho, que ela considerava como um filho. Tinha cuidado dele desde pequeno e feito de tudo para que deixasse a droga, mas não havia conseguido. Tinha uma grande necessidade de ser ouvida. Quando nos despedimos ela repetia: vocês são um dom de Deus. Em outra família encontrei um senhor idoso e totalmente paralisado. Dei-lhe a Palavra de Vida do mês: Eu estou convosco todos os dias, até o fim do mundo. Olhei em seu olhos e ele concordava, com todo o coração.
Às vezes me deixo abater pelas dificuldades, mas escutando essas pessoas fiquei tocado em ver quanto a fé as ajuda a superar problemas enormes, afirmou ainda Eduardo.
O Projeto Amazônia não é apenas evangelização compreendida no sentido espiritual, mas serviço concreto. Em parceria com entidades estatais contam Natália (Rio de Janeiro) e Manuela (Sergipe) colaboramos numa ação social para responder à necessidade de documentos para a busca de trabalho, para favorecer o acesso aos serviços de saúde e participar dos programas sociais do governo.
O Projeto já conta oito anos. Não são poucos os frutos: revitalização das comunidades, crescimento na relação com as instituições civis, novo protagonismo das populações para o desenvolvimento social e espiritual da cidade.