O Polo Empresarial Ginetta e a comissão regional da Economia de Comunhão (EdC) no Nordeste realizaram um encontro de formação para empresários, que contou com a participação de 22 pessoas de três estados.
A grande novidade em pauta foram as empresas simpatizantes da EdC, uma nova modalidade de participação do projeto que tem atraído muitos empresários. Durante dois anos, eles participam de um programa de formação e, no final, decidem se querem ou não aderir ao projeto, explicou Maria Clézia Santana, da Comissão Regional da EdC.
Ao saber dessa possibilidade, Maxi Oliveira, empresário da área de Turismo em recife (PE), prontamente decidiu: A partir de agora começo minha experiência como empresário simpatizante e espero poder, nos próximos encontros, trazer outros amigos empresários, declarou. Neide Moura, também de Recife, disse ter gostado da ideia pois, segundo ela, é necessário um tempo para entender e resolver mesmo se queremos ou não aderir ao projeto da EdC.
Pontos fortes – Os participantes destacaram alguns pontos fortes da EdC, dentre eles, o espírito colaborativo e a valorização da pessoa. A esse respeito, o empresário Paulo Sobral, de Olinda (PE) contou sua experiência. Fiz aniversário e a coordenadora da minha loja mandou uma mensagem cheia de gratidão pela minha atuação como empresário. Fiquei feliz com esse relacionamento, pois procuro tratar os meus colaboradores como filhos de Deus e eles também me tratam com muito respeito.
Alguns participantes expressaram o desejo de conhecer ainda melhor o projeto que já passou dos 20 anos e reúne mais de 800 empresas no planeta em torno de um novo agir econômico centrado na partilha, na comunhão. A contadora e estudante Socorro Sobral, de Natal (RN) contou: Depois de muitos anos, voltei a estudar na Universidade não mais com a perspectiva de quem vive no mundo capitalista, mas na perspectiva de quem quer deve voltar para perto de quem nos criou. A EdC é um projeto amplo, é a cara de Jesus no mundo; a gente nem precisa falar, mas a gente precisa ser e viver.
Trabalho e centralidade Em uma palestra vídeo sobre o trabalho, a socióloga Vera Araújo esclareceu que ele é constitutivo, mas não a centralidade do gênero humano. De acordo com a socióloga brasileira, radicada na Europa há mais de 40 anos, com o trabalho, o homem e a mulher se tornam cocriadores do mundo, atualizam a criação de Deus e podem se santificar. Desde que vivam, ali, a caridade, o serviço à sociedade, advertiu.
Gleanto Pancrácio, de Igarassu (PE) comentou: O vídeo vai à raiz do estudo antropológico; o Brasil viveu uma experiência escravocrata e temos ainda uma carga dessa herança. O trabalho é tido como um peso, um castigo. Temos que fazer uma revolução; por isso, a importância da formação. É um desafio bacana.
Sofrimento no trabalho – Vera Araújo alertou que o sofrimento surge, nos ambientes de trabalho, como consequência da falta do amor, da falta do diálogo. Na atuação da Economia de Comunhão, a socióloga identifica a alegria e a felicidade, resultantes da reciprocidade. Esses e outros conceitos foram aprofundados pelos participantes que também refletiram sobre sua contribuição para o desenvolvimento da EdC e os desafios que despontam no horizonte do projeto e daqueles que aderem aos princípios e valores dessa Nova Economia.
A psicóloga Cláudia Kawoa, de Natal (RN) recordou a figura histórica de Jesus como modelo para o agir do homem e da mulher nesse campo: Jesus era dócil, mas era firme, ele amava, mas sempre corrigia, Jesus interagia… A EdC leva-nos a viver o divino e o humano: devemos divulgar este projeto; precisamos entender como fazer isso. A empresária da comunicação Manu Oliveira, de Igarassu (PE) sugeriu: Um caminho é ampliar o grupo virtual para trocar mais experiências e fortalecer os vínculos.
Polo Ginetta – O dia de formação (20 de outubro) ocorreu no Polo Empresarial Ginetta, que fica em Igarassu, Pernambuco, condomínio de empresas da EdC para o Nordeste que foi apresentado no início do programa aos convidados. Seguiu-se uma dinâmica de integração do grupo composto por empresários, estudiosos da Economia de Comunhão, ativistas sociais e profissionais liberais que lidam com temáticas correlatas e problemáticas como a recuperação de dependentes químicos, por exemplo. Os estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte estiveram representados.
Durante a programação, os organizadores exibiram ainda um breve registro audiovisual sobre as últimas atividades que ocorreram em julho, na Região, com destaque para a Escola Latino-Americana de Jovens Empreendedores da Economia de Comunhão. Promovido em julho passado, em Pernambuco, o evento contou com a participação especial do Presidente da Comissão Internacional da EdC, o economista italiano Luigino Bruni. Também entraram na pauta do dia o Laboratório e o Encontro Internacional das Comissões de EdC, realizados na Itália, em setembro passado.
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