Serra Leoa, Guiné, Libéria. Nações que raramente são notícia na mídia ocidental, nos últimos estão associados ao ebola. São os mais atingidos pela mais grave epidemia do vírus registrada até hoje, desde a sua descoberta em 1976.
Depois do longo sofrimento da guerra agora estamos ainda sendo provados com esta epidemia. O medo aumenta, mas também a consciência que tomando as medidas necessárias às vezes contra a natureza e a cultura dessa gente, como é o caso de isolar-se podemos combater este vírus. Por toda parte a Igreja está procurando levar a sua ajuda, como amor concreto a todos é o que nos escrevem da Serra Leoa. Nestes dias o sofrimento é reforçado pela quarentena recomendada à população: vive-se dentro das paredes domésticas para diminuir os riscos de contágio. Segundo os dados da Organização Mundial d Saúde(de 18 de setembro) num total de cinco mil casos são mais de dois mil e seiscentas as vítimas do vírus que causa a febre hemorrágica.
Nos dizem para sermos prudentes escrevia um religioso próximo aos focolares, no mês de junho passado Na missa não podemos nem nos dar o abraço da paz para evitar contatos, mas saber com precisão onde está o perigo é difícil. Nós também do hospital católico, tivemos o caso de um doente que fugiu do hospital especializado em ebola situado em Kenema e que veio ser tratado conosco, sem que os médicos soubessem. Daí, dá para imaginar a apreensão que nos atingiu.
Tivemos que suspender os encontros da comunidade dos Focolares, assim como as atividades previstas com os jovens. Reforça-se uma corrente de sustento recíproco através de telefonemas, mensagens. Para dizer-nos o que? a firme vontade de continuar a amar, agora que estamos novamente sob o peso de uma prova.
Em uma carta aos membros do Movimento dos Focolares na Serra Leoa, a presidente Maria Voce havia escrito exortando-nos a ir em frente com coragem, a testemunhar o ideal ( da unidade) em todos os modos possíveis e agradecendo pelo testemunho que multiplica na terra de vocês tantos fragmentos de fraternidade. Havia assegurado, além disso, a proximidade e a oração de todo o Movimento no mundo.
Procuro sempre permanecer fiel ao empenho e promessa feita de continuar a viver o ideal da unidade também aqui na Serra Leoa, confia-nos J.K, manifestando a sua dor pelo fato de ter que suspender os contatos. Mas aquilo que o sustenta é a Palavra de Vida, o empenho comum de viver o Evangelho que ilumina também nas situações mais desesperadas como esta.
E Alfred: Como você sabe, a situação na Serra Leoa não é bela. É difícil para nós, nos movermos de um lugar para outro. Mas isto não nos faz parar, ao contrário nos impulsiona a viver ainda mais o Evangelho. Procuro viver cada momento por Jesus e oferecer tudo a Ele durante o dia. Ser fiel ao Evangelho é ainda o meu desejo mais profundo. Agradeço por todo amor que você tem por nós gen da Serra Leoa. Sentimos você aqui conosco.
E finalmente, Padre Carlo agradece por este canto do mundo estar nos corações, quando parecem vencer o medo, a ansiedade, a inatividade, às vezes a desilusão porque as autoridades são lentas em fazer o bem a esta gente. Mas pouco a pouco descobrimos que estas situações são vultos de Jesus Crucificado e Abandonado e então recomeçamos a amar. E aquele amor tem uma nova espessura e profundidade.