Como parte das festividades pelos 40 anos da Mariápolis Ginetta, foi realizada no dia 26 de agosto a Jornada do Diálogo 2012.
“Essa jornada tem como objetivo proporcionar uma experiência laboratorial humana positiva. Ou seja, como num laboratório, experimentar algumas dimensões positivas da nossa humanidade e, sobretudo, as que mais nos caracterizam como seres humanos, isto é ‘seres dialógicos’! E se essa experiência for aprovada, poderemos oferecê-la aos outros, em escala maior, como resultado concreto de nossas descobertas”, afirmou Diviol Rufino na abertura do encontro.
A apresentação da Mariápolis Ginetta como cidade modelo de comunhão foi fundamental para penetrar no tema principal do dia “Diálogo: um discurso transformador”. Por meio de dinâmicas, momentos de diálogo e apresentações artísticas, os participantes puderam vivenciar um dia de verdadeiro experimento de diálogo em diferentes níveis.
Em resposta à pergunta fundamental do dia “Como ser agente de um discurso transformador em nossa sociedade?”, Chiara Lubich afirma: “O diálogo ultrapassa em grande medida a tolerância… É enriquecimento recíproco, é querer-se bem, é sentirem-se já irmãos, é criar fraternidade universal já sobre esta terra”. A confirmação dessas palavras se deu pelo relato das experiências apresentadas no âmbito empresarial, da saúde e na forte realidade carcerária, que caracterizam o “modus vivendi e modus operandi” daqueles que se propõem viver o Amor no dia a dia.
Uma das participantes da Jornada resumiu assim a experiência daquele dia:
“O que precisamos para dialogar?? Primeiro, temos que estar despidos de pré-conceitos, livres para ouvir e escutar aquilo que o outro tem para falar, e desejar realmente entender o que o outro quer expor, entender o seu ponto de vista dentro do seu contexto cultural. Isso significa ser humilde, pacífico e perceber que muito se apreende do outro e de si mesmo quando temos essa postura para o diálogo. Quando apresentamos algumas experiências, não queremos dizer que somos melhores que ninguém, pois conseguimos realizar algo concreto. Não somos, simplesmente desejamos que aquilo que passamos ao outro tenha sido escutado e que de alguma maneira mostre a quem realmente escuta que qualquer um é capaz de dialogar e realizar. Não vamos mover montanhas, não vamos acabar com todas as mazelas deste mundo, mas podemos mexer um pouco com o que está próximo. Em nossa casa dialogamos entre nós? Em nosso trabalho praticamos o diálogo? Sonhamos com um mundo melhor, mas o mundo melhor é este ao meu redor que pode ser restrito a um único bairro, uma única casa. Se pudermos levar para a frente a ideia do diálogo, ou seja, comunicação bilateral, na qual compartilhamos conhecimentos e pensamentos próprios com o outro e transformarmos essas ideias em ações concretas em prol de um objetivo coletivo, estaremos contribuindo para a transformação deste nosso mundo. Penso que é uma pequena revolução e simples, e ao mesmo tempo complexa, pois sermos capazes de ouvir o outro sem julgar, aceitar a sua maneira de pensar entendendo o que o leva a pensar assim, perceber as nossas limitações, mas com dignidade aceitá-las, não é fácil. Mas, como diz Eric From, o Amor é uma arte e como toda arte deve ter esforço próprio, dedicação e tornar-se ação. E o dialogo é uma das ferramentas desta arte. Por isso, hoje, esperamos que as horas que estivemos aqui nos ajudem em nosso dia a dia. Que aprendamos a usar esta ferramenta que pode tornar concreta a ARTE DE AMAR.”
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