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Jovens enfrentaram até 30 horas de barco para protagonizar Genfest em Manaus

Manaus foi a sede de um dos nove Gesfest que se realizam pelo Brasil durante esse ano, replicando a experiência do Genfest nas Filipinas, que convidou jovens do mundo inteiro a viver por um mundo unido, indo além de todas as barreiras.
Ir “além de todas as barreiras” foi o que motivou e envolveu cerca de 400 pessoas em dois dias de evento, 21 e 22 de julho, na capital do Amazonas.
O parque Municipal do Mindu, em plena área urbana e rodeado de floresta e trilhas ecológicas, foi o local escolhido como cenário vivo do evento.


 
O último festival, em Manaus, tinha ocorrido em 1993 e a emoção de realizar novamente o GenFest foi vivida de maneira especial.
Integrante da comissão central, Naara descreve a experiência de ter contribuído na organização. “Sempre me perguntei o que era o Genfest e só conseguia dizer que era uma experiência de mundo unido, na certeza de que cada um de nós é responsável e, durante os dias do Genfest estaríamos ali só para experimentar isso. O mais importante para mim, apesar do medo, insegurança, dificuldades, era que quem fosse participar, sentisse essa experiência de fraternidade. Isso me ajudou a viver bem a preparação, lembrando que eu estava ali como um instrumento e bastava fazer bem a minha parte”, confirma ela.
Além dos participantes locais, as caravanas que vieram das cidades do interior como Itacoatiara, Barreirinha, Parintins, e até de outros estados como Pará e Roraima, deram um tom particular ao evento.

Logo na chegada ao local, os participantes encontravam uma exposição que reuniu algumas entidades de Direitos Humanos, ONG pela Vida, comunidades eclesiais, e concentrou ideias e iniciativas sociais com o objetivo de um mundo melhor, compondo a programação do primeiro dia.
A tarde do sábado foi marcada pelas canções e danças regionais, e, especialmente pelas experiências de fraternidade vividas em diferentes ambientes e compartilhadas, seguindo a linha temática de ir além de todas as barreiras.
Foram “eleitas” as barreiras superadas no âmbito pessoal, em particular sobre o perdão, contada por dois moradores da Fazenda da Esperança; no geográfico e cultural; na vida cotidiana, e, ainda, sobre a ecologia e uso da casa comum.

“No primeiro dia eu tive a certeza de que não sairia a mesma pessoa dali, e não saí. As músicas tocaram no fundo da alma, assim como as danças. As exposições eram ricas em cultura e em conhecimento. E os relatos de vida… meu Deus, um mais emocionante que o outro. Graças a eles eu aprendi que devo reclamar menos e agradecer mais. Graças a eles eu mudei muitas coisas dentro de mim. Graças a eles eu me sinto uma pessoa nova”, afirmou, Silvia , já com saudades do clima de fraternidade criado ali.
A jovem mora em Juruti, no Pará, e conta a aventura que foi desde a preparação até o retorno, de barco, para a cidade dela.
“Eram seis jovens e três adultos que estavam na escala para a viagem. Trabalhamos duro para conseguir dinheiro para as passagens. Vendemos doces na barraca durante o período da festa da padroeira da cidade. No fim, confiantes na partilha e generosidade de um “patrocinador”, seguimos viagem, rumo ao GenFest, chegando a Manaus 30 horas depois de viajar pelo Rio Amazonas”.

A experiência das outras cidades tem semelhanças, e, no caso da jovem Maria Beatriz, depois de viajar os 369 km de Parintins até Manaus (também de barco, junto com 12 pessoas), exclusivamente para participar do GenFest, a impressão foi que valeu a pena.
“Gostei muito do bom convívio com as pessoas…foi uma experiência inesquecível e eu como jovem, vou levar pro resto da minha vida, e pra minha cidade, até porque eu sou a futura geração dos Focolares e do GenFest”.
Ela se refere ao clima de alegria proporcionada por aqueles momentos. Um exemplo foi a fraternidade vivida ao ultrapassar uma das barreiras atuais, expressa na experiência do casal Paulo e Silvia, de Boa Vista (RR), ao relatarem sobre a acolhida às famílias de imigrantes venezuelanos na cidade, que eles vêm fazendo, juntamente com a comunidade dos Focolares.
Eles recolhem comida e mantimentos e distribuem às centenas de pessoas que se refugiam no Brasil, atravessando a fronteira, construindo uma realidade de comunhão. O casal resume a experiência como “a possibilidade de compartilhar a vivência da unidade sem barreiras, demonstrando que o mundo unido só depende de cada um de nós, e que todos somos chamados a ser um único povo de Deus que testemunha o amor fraterno”.
A manhã de domingo, mesmo com o calor de verão amazônico (cerca de 33º), atraiu os participantes para uma ação ecológica no parque, com direito à caminhada nas trilhas e o plantio de 30 mudas de árvores feito pelos jovens e adolescentes que estavam na atividade.
O encerramento foi selado com uma marca bem florestal: uma árvore chamada Jatobá, plantada coletivamente, logo no início do parque, representando a força (o nome vem do tupi e quer dizer “árvore com frutos duros”) de lutarmos juntos pelo mundo novo que queremos.
“Nossa missão é cuidar daquele pezinho de jatobá, para que ele cresça e perpetue esse nosso ideal de Unidade por muitos e muitos anos”, concluiua Silvia.
Foi uma celebração da fraternidade universal, como bem definiu uma jovem: “Juntos podemos construir um mundo melhor, não precisamos ir para longe, mas que como o tema “Além de todas as barreiras” basta que consigamos nos olhar como irmãos e ultrapassar as nossas (in)diferenças. Foi um momento de Deus e continua onde quer que eu esteja, uma experiência que me fez alargar o coração e a alma e que me deu a certeza de que vale a pena seguir por esse caminho para chegar ao que todos sejam um”.
 
 

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