7 de Dezembro 1943: o dia do ‘sim’ a Deus

chiara lubich

[…] Imaginem uma jovem apaixonada, invadida por aquele amor que é o primeiro, o mais puro, ainda não declarado, mas que começa a arder no peito. […] Uma alegria característica, que dificilmente se repete na vida: alegria secreta.

Alguns dias antes do dia 7 de dezembro tinham me dito para fazer uma vigília diante de um crucifixo, para me preparar melhor para as minhas núpcias com Deus; núpcias que devia acontecer da maneira mais secreta. […]

À noite, tentei fazer essa vigília, ajoelhada ao lado da cama, diante de um crucifixo de metal que agora está com minha mãe. […]

Eu me levantei por volta das cinco da manhã. Coloquei a minha melhor roupa […] e me encaminhei, atravessando toda a cidade, na direção de um pequeno colégio.

[…]

Estava desabando um temporal, de forma que eu caminhava com muita dificuldade, empurrando o guarda-chuva aberto. […] Parecia-me demonstrar que o ato que eu estava para realizar encontraria obstáculos. […]

Quando cheguei ao colégio o cenário mudou. Um enorme portão se abriu sozinho. Sensação de conforto e de acolhida, como se fossem os braços abertos daquele Deus que me esperava.

A capela estava decorada da melhor maneira. No fundo sobressaía a imagem da Virgem Imaculada. […]

Antes da comunhão eu vi, numa fração de segundos, o que eu estava para fazer […]; eu nunca mais poderia voltar para o mundo. […]

Eu desposava Deus. […] Aquele abrir os olhos sobre o que estava fazendo – recordo – foi repentino, breve, mas tão forte que caiu uma lágrima sobre o missal. […]

Uma longa ação de graças. […]

Creio que percorri o caminho de volta para casa correndo. Só me detive – creio – perto do bispado para comprar três cravos vermelhos para o crucifixo que me aguardava no quarto. Seriam sinal da festa comum.

E foi assim. […]

Com as melhores previsões, no dia 7 de dezembro de 1943 eu jamais poderia imaginar aquilo que vejo hoje.

Louvor a Deus, glória a Maria, rainha de um reino que – sem exagero – invadiu o mundo.

Chiara Lubich
(Excerto de “Hoje a Obra celebra o seu trigésimo aniversario”, Rocca di Papa, 7 de Dezembro de 1973)

Fonte: Focolares internacional.

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