O início do período de maiores iluminações [de Chiara Lubich] pode ser datado em 16 de julho, com efeito, chegou a Tonadico (nas montanhas da região do Trentino, no norte da Itália, ndr) Igino Giordani. Hospedou-se no Hotel Orsinger e devia fazer uma conferência no auditório dos Capuchinhos. Giordani «enamorado por Santa Catarina, desde sempre havia procurado uma virgem para poder seguir. Certo de tê-la encontrado em Chiara, propôs a ela fazer-lhe um voto de obediência, pensando em assim obedecer a Deus. Acrescentou que poderiam tornar-se santos, os dois, como Francisco de Sales e Joana de Chantal.
Chiara não entendia: o Movimento não existia, não se falava de votos; e não só, ela sentia que tinha nascido para o «que todos sejam um». Queria deixar de lado este desejo, mas teve a impressão que aquelas palavras tivessem origem em uma graça que não deveria ser perdida. Disse então a Giordani: «Tu conheces a minha vida: eu sou nada. Quero viver como Jesus Abandonado que anulou-se completamente. Tu também és nada porque vives da mesma maneira. Pois bem, amanhã iremos à igreja, e direi a Jesus Eucaristia que entrará no meu coração, como em um cálice vazio: “sobre o meu nada pactua, tu, a unidade, com Jesus Eucaristia no coração de Foco. E faz com que, Jesus, nasça entre nós aquele liame de unidade que tu queres”. E tu, Foco, faz a mesma coisa».
E assim fizeram. Giordani dirigiu-se à sala aonde devia falar, enquanto Chiara sentiu-se impulsionada a entrar novamente na igreja. Diante do tabernáculo desejava rezar a Jesus, mas, naquele instante, sentiu que não podia fazê-lo, sentiu-se completamente identificada com o Filho. Sentiu que dos seus lábios fosse pronunciado: «Pai». Compreendeu que a sua vida religiosa teria sido diferente da que vivera até aquele momento: não dirigida a Jesus, mas, ao lado Dele, Irmão, dirigida ao Pai.
Armando Torno, “PortarTi il mondo fra le braccia. Vita di Chiara Lubich”, Città Nuova, Roma, 2011. Cit. pp. 45-46.
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