Castel Gandolfo, 17 de setembro de 2022
Relatório n.2
Sobre o anual encontro dos responsáveis de região e do Conselho Geral do Movimento dos Focolares, Departamento de Comunicação do Movimento dos Focolares. Uma saudação a todos no final da primeira semana de encontro anual dos delegados do Movimento dos Focolares.
O tema sobre a vida interior e a oração, tratado no retiro, abriu caminho para intensos dias de trabalho, cadenciados por meditações coordenadas pelos próprios delegados. Citamos uma passagem de Chiara no Genfest 1990, lida ontem por Catherine Burke e Andreas Amman, delegados da Europa Ocidental, que representa e introduz os temas tratados nesses dias:
O que Jesus nos diria se voltasse à Terra e visse todas essas coisas desastrosas como a fome, a guerra, a violência… Ele nos diria: “Eu lhes disse para se amarem. Vocês não me escutaram e vejam as consequências.
Ousadia e humildade: estas são as melhores palavras que definem a atitude com que os participantes do encontro dos responsáveis abordaram os assuntos desses dias. Joachim Schwind, conselheiro para o aspecto Unidade e Meios de comunicação, resumiu-os da seguinte forma:
“Abordamos o tema da liderança que se vive no Movimento e percebemos que uma profunda transformação está acontecendo, porque é necessária. Estamos passando de um estilo hierárquico-piramidal para um estilo comunitário-sinodal. Aprofundamos as indicações da Igreja Católica sobre a necessidade de fazer uma clara distinção entre a esfera de governo e a esfera da consciência. Refletimos sobre a oportunidade e a necessidade do acompanhamento espiritual qualificado para focolarinos e membros que o solicitam. Focamos no vasto campo do abuso espiritual. A seguir, aprofundamos o sofrimento abissal causado pela violência sexual por mãos de pessoas próximas a nós ou por quem fomos formados.”
Ousadia, portanto, encarar as situações que causam enorme sofrimento e humildade para nos concientizarmos de que precisamos nos formar e também saber que no final dessas semanas não teremos todas as soluções. Aqui, em Castel Gandolfo, se está percorrendo um caminho, abriu-se um processo, como o Papa Francisco gosta de dizer, onde – alguém disse – “mesmo sem perceber, cada um, pessoalmente e como um corpo, está avançando e enfrentando assuntos importantes: diante de cada assunto estamos adquirindo conhecimento, ampliando compreensões, estamos nos fazendo antigas e novas perguntas, reconhecendo dores, erros e avaliando práticas que funcionaram ou que, em vez disso, devem ser corrigidas”.
Para os dirigentes do Movimento dos Focolares esses foram dias de formação para todos os efeitos; um dever, devido ao compromisso assumido não apenas a partir da assembleia Geral de 2021. Na verdade, mais recentemente, essa é uma resposta às recomendações expressas pelo Relatório consultivo do GCPS. Essa formação teve a contribuição de vários especialistas. Mencionamos apenas alguns, como Anna Katharina Fuchs, psicóloga e professora da Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma); Lucas Cerviño, teólogo focolarino; Irmã Tiziana Longhitano, docente da Antropologia Teológica e Teologia Trinitária na Pontifícia Universidade Urbaniana (Roma); Anne e George Le Coq, psicólogos, com especializações em pedagogia e aconselhamento para o tribunal eclesiástico, são focolarinos casados da Bélgica; Beatrice Sanze, médica e voluntária em Abidjan, na Costa do Marfim; Bert Sampson, psicólogo e focolarino filipino; Maria Ricci, conselheira do aspecto Sabedoria e Estudo no Centro das Focolarinas; Billy Orlandi e Michele Lauriola, focolarinos, especializados em acompanhamento espiritual.
Na segunda-feira, 12 de setembro, Margaret e Jesús encontraram as regiões das Américas: Norte, Central e Sul. Os delegados definiram esse momento como “simples e muito franco”. Três horas em que olharam para as comunidades espalhadas por todo o continente na sua grande variedade cultural e social. Veio em evidência ali a interculturalidade: em muitos países há membros do
Movimento pertencentes aos povos autóctones. A presidente e o copresidente os incentivaram a realizar projetos que valorizem a contribuição e a grande riqueza desses povos.
Em seguida, na quarta-feira à tarde, uma agradável viagem ao centro de Roma para visitar o “Focolare Meeting Point”. É uma estrutura a serviço daqueles que chegam na capital italiana para estudar, trabalhar, para uma peregrinação, e desejam entrar em contato com o Movimento. Inclui uma construção do ano de 1600 com a igreja de Nossa Senhora do Carmo e vários ambientes. É muito central, pois fica a poucos passos do Coliseu. Lá reside um focolare sacerdotal e uma equipe de pessoas do Movimento se ocupa diariamente daqueles que por ali passam. Após a visita o dia terminou com uma merecida pizza e sorvete.
Concluímos este aggiornamento com algumas palavras de Dom Brendan Leahy, moderador do setor dos Bispos amigos do Movimento, que resumem bem a experiência desses dias:
“O Movimento passou agora para outras mãos. Há uma mudança geracional e Chiara agora está olhando para nós do céu, acredito, com alegria. Aqui encontrei unidade. Temos uma grande herança
e serão necessários séculos para aprofundá-la. Porém, este é o começo, porque temos [só] 80 anos
de experiências positivas e negativas.”
Concluímos com um agradecimento de Margaret e de todos os participantes deste encontro pelas numerosas mensagens e porque sentem a “presença” de vocês, que os acompanha e encoraja. Voltaremos daqui a alguns dias, para o aggiornamento final.
Se você quiser enviar mensagens, comentários ou impressões sobre o encontro dos responsáveis, você pode fazê-lo para o WhatsApp: +39 349 58 45 065