“Fiel e infatigável colaborador de Chiara Lubich”.
Entre os mais estreitos colaboradores de Chiara Lubich desde 1950, Oreste Basso consagrou um lugar especial no coração do Movimento dos Focolares. Focolarino dos primeiros tempos, co-presidente do Movimento (1996) e sacerdote, considerava o ministério como serviço e chamado a um amor maior. Neste mesmo dia 14, em 2013, aos 91 anos, este que pode ser definido como “um gigante” dos Focolares, expirou serenamente ao paraíso deixando para nós um legado de amabilidade, transparência e testemunho fidedigno ao “Que todos sejam um”.
Descoberta de um ideal de paz
Nascido em Florença, mas mudado para Milão a trabalho, a história de Oreste foi transformada em 1949 quando ouviu Ginetta Calliari num restaurante universitário da cidade, junto a alguns amigos que seguiram o mesmo caminho e dedicaram suas vidas ao carisma da Unidade. De tantas perguntas dirigidas à Ginetta, o encontro se repetiu e logo surgiu o sentimento de submergir neste novo ideal de paz.
“Começamos a entender que o Evangelho era uma coisa que podia ser vivida não pelas pessoas distantes, pelos outros, mas, nós deveríamos vivê-lo, a começar por mim, por você, por todos nós”, estas foram as palavras de Oreste.
Para ele, a descoberta da espiritualidade e de uma vida centralizada no Evangelho foram de fato uma luz, uma força que poderia gerar a paz, a esperança e o progresso no período conturbado do pós-guerra. E, impulsionados pelas palavras de Ginetta, ele e outros amigos abriram, em 1951, o primeiro focolare masculino de Milão. Já no final da década de 50, Chiara o chamou para o Centro do Movimento, nos Castelos Romanos, para desempenhar suas funções com espírito de serviço. Os que estavam por perto relatam que todos que os encontravam experimentavam um profundo senso de família.
Durante toda sua vida, desempenhou inúmeras funções e assumiu um papel fundamental após a morte de Chiara e consequentemente durante a Assembleia Geral, que elegeria Marica Voce como sucessora na presidência da Obra de Maria – algo inédito na história dos Focolares.
Serviço com alegria
Em uma carta enviada pelo Cardeal Bertone, Secretário de Estado, à solicitação do Santo Padre, Francisco enfatiza: “generoso serviço eclesial de um tão zeloso sacerdote, que profusamente dedicou-se ao alegre anúncio do Evangelho, no diligente testemunho da caridade”.
“Fiel e infatigável colaborador de Chiara Lubich”, assim o cardeal Rylko, presidente do Conselho Pontifício para leigos, descreveu Oreste. E acrescentou que admirou sua “clareza de ideias e o radicalismo como testemunha do Evangelho”.
Cardeal Bertone, que conheceu pessoalmente Oreste Basso durante os estudos sobre alguns detalhes dos Estatutos do Movimento dos Focolares, expressou sua própria participação em sua despedida por meio de uma carta à Presidente dos Focolares.
“Impressionou-me a escuta sincera dos conselhos e a total disponibilidade à colaboração. Com ele experimentei uma grande fraternidade, e com o passar do tempo, mesmo sem nos encontrarmos, permaneceu em mim um sentimento de amizade. Percebi a delicadeza de sua alma de sacerdote irmão, no Movimento, sem autoritarismo, e ele foi um exemplo para mim”, ressaltou.