Cerimônia interreligiosa pela paz foi um dos pontos altos do Genfest 2024, em Aparecida (SP)

Uma cerimônia interreligiosa com representantes de diversas religiões e crenças foi um dos destaques da programação de sábado (20/7) da Fase 2 do Genfest. O momento contou com a participação de representantes do islamismo, judaísmo, hinduísmo, catolicismo, budismo, umbanda, cristianismo e de pessoas sem um referencial religioso. Cada um com sua crença e forma de se expressar fez uma oração pela paz no mundo.

“Promover a unidade entre todos do gênero humano é a vocação do Movimento dos Focolares. Tanto os crentes em religiões como quem não professa nenhuma fé tem em comum a busca pelo Absoluto. O diálogo interreligioso é a melhor ferramenta para a unidade a fim de superar diferenças, sem interferir na própria identidade para juntos construirmos a paz”, destacou o copresidente do Movimento dos Focolares, Jesús Morán.

Foto: Mariele Previdi
Foto: Mariele Previdi

O secretário-geral do Centro Islâmico e para o Diálogo Interreligioso do Brasil, Atilla Kus ressaltou o quanto é necessário o diálogo contínuo para que a sociedade pratique a paz. “Foi muito gratificante vivenciar essa celebração no Genfest e ver que a juventude está empenhada no diálogo interreligioso. Estamos em um momento muito crítico da história humana e do mundo. Precisamos cada vez mais das futuras gerações preparadas para lidar com os problemas que estão por vir, desde as crises socioecológicas até as de conflito causadas pela ausência da paz. Assim podemos sonhar com um futuro pacífico e harmonioso”.

Para o arcebispo de Juiz de Fora (MG), Dom Gil Antônio Moreira, que fez uma oração especialmente preparada para a celebração pela paz no Genfest, o que une todas as religiões é mais forte do que aquilo que as separa. “A paz é um desejo de Cristo. A primeira palavra que Ele nos pediu foi paz. Para que haja amor é preciso paz. Para que haja paz é preciso amor. É verdade que todas as religiões querem a paz. Por isso, devemos trabalhar juntos para ter a paz”, declarou.

O hindu Laxman Kami, do Nepal, apresentou uma dança que é uma prece pela paz. “Foi uma bela experiência estar no Genfest 2024 representando o hinduísmo, especialmente para a celebração do diálogo interreligioso. No hinduísmo é tudo sobre celebração, cores e ser vibrante, exatamente como aqui no Genfest. A base de toda a nossa cultura é dar e ser um presente para os outros. Por isso, ser protagonista nesse momento e compartilhar minha oração com todos foi uma experiência surreal para mim”, disse.

Foto: Mariele Previdi

Representando o budismo, Maria Sassaki, integrante da Risho Kossei-kai, celebrou a grande amizade entre os fundadores de seu movimento e Chiara Lubich e o propósito comum de buscar paz e fraternidade. “O Genfest representa tudo isso e que devemos dar continuidade ao que foi iniciado pelos nossos fundadores para buscarmos a paz mundial”.

A umbandista Ana Clara Rotta salientou a importância do diálogo interreligioso, principalmente diante do aumento de 47% de crimes contra a religião no Brasil, nos últimos dois anos. As religiões de matriz africana são o alvo mais frequente de intolerância religiosa no País. “A umbanda é uma religião que sofre muita intolerância no Brasil e acho que isso vem muito da falta de conhecimento. Então, quanto mais falarmos a respeito, de que umbanda é amor, luz, caridade e paz e que também queremos um mundo unido, melhor será. A única coisa que nos diferencia é a forma de cultuar, mas temos o mesmo propósito. Que esses momentos sejam mais frequentes e que possamos estar com jovens que querem mudança, que querem revolução. Para mim, o mundo unido já está começando. Vai dar muito trabalho, mas é só a gente continuar”.

Ao final da celebração foi inaugurado o Dado Interreligioso da Paz, uma nova versão da ferramenta pedagógica “Dado do Amor”, baseado na Arte de Amar preconizada por Chiara Lubich. Cada face do dado traz uma frase importante de cinco religiões – judaísmo, islamismo, budismo, cristianismo e hinduísmo – e ao centro a “regra de ouro” comum a todas as religiões: “faça aos outros o que gostaria que fosse feito a você e não faça aos outros o que não gostaria que fosse feito a você.

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