«Neste período, antes da visita do Santo Padre a Loppiano, estive em estreito contato com cinco monges budistas tailandeses. Falo a língua deles e na ocasião servi também de intérprete». Quem fala é Luigi Butori, originário do centro da Itália, mas há quase 30 anos no sudeste asiático. «Uma experiência forte, profunda e exigente. Na visita ao Centro internacional dos religiosos do Movimento dos Focolares, nas proximidades de Roma, ficaram impressionados pelo serviço concreto dos dois “não mais tão jovens” religiosos, que se prodigaram por eles. E aqui os monges começaram a perceber uma “luz”, uma harmonia, ou como disseram eles, uma única “voz” dentro e ao redor deles». A permanência dos monges continuou com uma visita pela capital, com uma focolarina como guia, que aos olhos deles «tinha o mesmo sorriso dos religiosos encontrados antes». Depois, um dia na cidade de Lucca, transcorrida junto à comunidade dos Focolares, cerca de 80 pessoas dos 2 aos 94 anos. «E de novo a mesma luz sobre os seus rostos». Em seguida, um salto de algumas horas em Pisa, a cidade da “torre inclinada”, presente também uma pessoa da comunidade local. Mesmo sorriso. «A este ponto, um dos monges mais jovens exclamou: “Também esta filha de Chiara Lubich tem o mesmo tipo de sorriso que encontramos em Roma, nos Castelos e em Lucca: como é possível?”».
Enfim Loppiano. «Na cidadezinha de 850 pessoas onde todos conhecem e esperavam “Luz Ardente”, como é conhecido aqui o seu mestre, se cria entre todos, para dizer na maneira deles, “uma harmonia particular”: uma inteira “cidade do sorriso”! Os corações dos monges se abrem como flores na primavera, sensíveis como são ao clima espiritual. Mas “o momento dos momentos” acontece quando aparece no céu o helicóptero do Papa. Um deles, novo nesta experiência, se comove – como me disse depois – ‘interiormente’, e depois as lágrimas, coisa muito rara para monges. Alegria, mãos que se erguem para saudar o Papa Francisco, contra toda compostura budista. Uma alegria espontânea transparece dos rostos deles e dos seus movimentos. Ouvem as canções dos conjuntos Gen Verde e Gen Rosso e anuem, felizes com os significados que exprimem. Procuro traduzir as palavras do Santo Padre, mas percebo que as entendem a partir de dentro, para além de mim. “Queremos ser um sinal de unidade e de paz para o mundo inteiro”, me dizem. No momento da saudação ao Papa há neles uma serenidade incrível. Dizem-lhe: “Santo Padre, somos monges budistas e somos do focolare: estudamos a espiritualidade da unidade de ‘mamãe Chiara’ e queremos vivê-la: amar a todos, ser os primeiros a amar, amar logo e com alegria. Queremos viver a unidade como Chiara nos ensinou, como o arco-íris do céu: cores diferentes, mas todas unidas. Nós lhe oferecemos este tecido thai, que lhe possa recordar de nós”. O
Papa ouve e concorda sorrindo. E, algo que não estava no programa, um deles acrescenta: “Obrigado por tudo o que nos disse, mas sobretudo pelo modo como o senhor se move. É um sinal de amor e de paz que levarei sempre comigo, aonde quer que irei”. Um deles depois me dirá: “Um homem tão importante que se move de um modo tão simples e se senta numa simples cadeira. É um choque para mim. Não é por acaso que nos encontramos: significa que devemos trabalhar juntos pelo bem da humanidade”».
Source: Site Internacional