Ocorreu no último dia 12 de maio, no teatro Cuminetti di Trento (Itália), a premiação da terceira edição do concurso para escolas “Uma cidade não basta. Chiara Lubich, cidadã do mundo”, do qual participaram 136 trabalhos. Compartilhamos com vocês a entrevista com Cinzia Malizia, professora do 1º A do I.C. Camerano – Giovanni Paolo II – Sirolo (Ancona-Itália), que ficou em primeiro lugar na categoria de escolas primárias com o trabalho “Trama de amor”.
“Trama de amor”: esse é o título do gráfico-multimídia vencedor da categoria primária da terceira edição do concurso nacional para escolas 2022-2023 “Uma cidade não basta. Chiara Lubich, cidadã do mundo”, promovido pelo Centro Chiara Lubich em colaboração com o Ministério da Educação e Mérito, a Fundação Museu Histórico do Trentino e New Humanity, do Movimento dos Focolares. Quem fez esse vídeo foram as crianças do 1º A do I.C. Camerano – Giovanni Paolo II – Sirolo de Camerano (Ancona-Itália), orientados pela professora Cinzia Malizia.
Professora Cinzia, como vocês ficaram sabendo desse concurso?
Como fica evidenciado no vídeo que produzimos, minha classe é muito animada, às vezes até complexa e difícil de gerir. Apesar de serem crianças de 7 anos, me davam muito trabalho e, sendo também um pouco filhos da Covid, eu notava uma certa dificuldade de entrar nos sentimentos deles, em tirar deles coisas “boas”, gestos bondosos e palavras gentis. Então me perguntei: “como posso chegar ao coração dessas crianças?”. Comecei a procurar algum projeto, algum concurso entre aqueles do Miur (Ministério da educação, universidade e pesquisa) que pudesse ser útil, principalmente com alguma figura que pudesse servir de exemplo. E foi assim que cheguei a Chiara Lubich, uma figura sobre a qual ouvia falar, mas conhecia pouco. Comecei a ler a sua história e, pouco a pouco, juntamente com as crianças, construímos um percurso com o objetivo de fazê-los descobrir, principalmente guiados pela curiosidade, aquela surpresa, aquela maravilha que, infelizmente, na sociedade de hoje parece estar perdida.
Com o que trabalharam em particular?
Eu quis trabalhar com eles muito sobre as emoções, para entender bem o que tinham por dentro. Enfrentamos o medo, trabalhamos com a raiva, a alegria e vieram à tona muitas experiências. Começaram a falar, a se expressar do jeito deles, e aquele que era o ponto fraco da minha turma se transformou em um verdadeiro ponto forte. “No medo, encontramos a coragem”, diz o nosso vídeo e eles, por primeiro, entenderam o quanto faz bem ao coração pedir “desculpas”, dizer “obrigado” ou “bom dia”. Portanto, sinto que aquela distância inicial está começando a diminuir. Não é que agora as crianças mudaram radicalmente, são sempre aquelas que não param quietas, que gritam, que não respeitam as regras, mas começaram a fazer gestos que são pequenos, mas ao mesmo tempo, grandes, porque são parte de um percurso feito juntos. Chiara Lubich foi uma guia nesse ponto, uma figura encorajadora, quase uma “avó”, que, com sua mensagem de amor, esperança e com seu exemplo realmente trabalhou para criar um mundo melhor. Mesmo simplesmente olhar o outro com amor, sempre, independentemente da posição social, religião, cor da pele ou cultura os tocou muito. Fizeram experiências na classe, com seu colega muçulmano, e isso significa cultivar sentimentos bons, esperar uma sociedade diferente. Nós, professores, não podemos nos render. Essas crianças têm muito para dar.
Como as crianças reagiram quando souberam que ganharam o prêmio?
Ficaram eufóricos, realmente felizes. Trabalhamos meses e meses e acredito que eles realmente merecem. Infelizmente, não conseguimos recursos para irmos todos a Trento para a premiação. Alguns de nós conseguiram se conectar, enquanto 6 crianças foram presencialmente, acompanhadas pelas suas famílias que, com grande alegria, se colocaram à disposição para bancar a viagem. Eles também ficaram felizes com o projeto, trabalhamos tão juntos que no fim do ano vamos fazer uma apresentação sobre as emoções. Os pais mesmo colaboraram fazendo uma boa parte de todas as máscaras que as crianças usarão e levamos algumas para a premiação. Portanto nossa viagem não termina aqui. A diretora, doutora Flavia Maria Teresa Valentina Cannizzaro, me dizia no começo: “professora, são tão pequenos… eles entendem o que você diz?”, e eu espero que sim, senão, ao menos escutaram e escutar coisas boas nunca faz mal. Acredito que seja importante que as crianças entendam que antes mesmo de terem a capacidade, o que conta é ser bons, ter uma bondade de ânimo que nos permite mudar as coisas para melhor. Acredito que a experiência de Chiara Lubich realmente os ajudou.
Maria Grazia Berretta