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Sobre o encontro anual dos responsáveis de região

encontro anual dos responsáveis

Departamento de Comunicação do Movimento dos Focolares com detalhes do encontro anual dos responsáveis de região.

Castel Gandolfo, 23 de setembro de 2022  

“Tenho a sensação de que esse encontro marcará uma nova etapa na Obra”. Margaret pronunciou  essas palavras em 26 de agosto passado, perante o Conselho Geral do Movimento dos Focolares; era a  sua expectativa para o encontro anual dos responsáveis do Movimento no mundo, que se iria se realizar  pouco depois. 

No dia 23 de setembro, conclusão do encontro, ela mesma relembrou e confirmou o que disse  naquela ocasião:

“Hoje posso afirmar que, como Obra, estamos dando um passo novo. Realmente o  que vivenciamos aqui marcará uma etapa importante para todo o Movimento”.

Mas o que aconteceu nas últimas semanas? Alguns dos presentes definiram o que ocorreu: “O início de  uma nova cultura”, a de uma comunhão de 360°, caracterizada pela verdade, pela coragem de falar e  de escutar; pela transparência, abertura, conscientização e humildade. 

Concretamente, aconteceu que, em certo momento, o programa mudou para deixar espaço a mais  sessões de uma comunhão muito profunda entre todos, sobre feridas e culpas até então não expressas,  dores já sedimentadas na própria vida e na vida do Movimento, que talvez tenham sido reconhecidas e  verbalizadas pela primeira vez e permearam tais momentos, caracterizados por grande sinceridade e  realismo. 

Significativa foi a avaliação de um dos participantes, que escreve assim: “A comunhão importante  desses dias, nessa atmosfera profunda de Jesus no meio, de certa forma é uma novidade histórica e  trouxe à tona feridas um tanto escondidas e vários pontos relevantes em nossa vida e para toda a Obra.  Parece-me que foi uma graça de Deus para todos. Gostaria de enfatizar três aspectos necessários agora:  aprofundar’ a nossa história para entender o que determinou alguns desafios e problemas; e  compreender onde temos que trabalhar para promover uma mudança, uma conversão. ‘Alargar’ esse  percurso de diálogo além dos dirigentes, para todos e em todas as comunidades, a fim de curar feridas  e reconstruir. Por fim, ‘agir’, identificando ações efetivas e entendendo juntos os rumos a serem  tomados”.  Margaret comentou que:

“Tudo isso foi possível porque começamos por colocar no centro a relação  com Deus, a oração; então, foi criado um clima de grande confiança e família, em que todos tinham  certeza de que nunca seriam julgados. Cada um de nós se colocou ‘na pele do outro’, fazendo-nos um  profundamente, para que pudéssemos expressar aquilo que tínhamos dentro de mais doloroso.  Pareceu-me que tudo foi dito com equilíbrio: em cada colocação havia certamente sofrimento, mas não  havia condenação. Os erros, as falhas, as dores compartilhadas não diminuíram a fé no Carisma, que é  um dom de Deus, pois além de tudo isso há uma luz que continua iluminando nosso caminho. Agora é  importante que aquilo que experimentamos aqui chegue a todos no mundo inteiro”.  

Ela encerrou o encontro com uma última comunhão, que vinha completar o tema do ano sobre a vida  interior e a oração. Referindo-se a algumas experiências de recolhimento em alguns lugares de  espiritualidade da Espanha, durante as férias, ela confidenciou aos presentes que tinha percebido interiormente uma pergunta à qual não tinha sido capaz de responder: “‘Você me promete que, como  Movimento, vocês podem ser um sinal de esperança para o mundo, vocês podem enxugar as lágrimas,  estar perto das pessoas que sofrem?’. Devo ser sincera: saí daquela igreja sem poder prometer nada a  Jesus; não me sentia capaz. Nestes dias, com a unidade que crescia entre todos, disse a mim mesma  que talvez Jesus tenha pedido isso a todos nós: não era uma resposta que eu pudesse dar sozinha. É  por isso que acredito que, se dermos essa resposta juntos, coletivamente, então poderemos realmente  ser uma esperança para o mundo. Espero que você queiram fazer isso, para que possamos fazer essa  promessa a Deus”.  

Raízes e geratividade: os temas da segunda semana do encontro anual dos responsáveis 

No aguardo de que os responsáveis das regiões informem vocês nos detalhes, como sempre,  ofereceram aqui apenas alguns títulos dos temas abordados nessa segunda semana, que se  caracterizou pelas palavras norteadoras “raízes e generatividade”. 

Na linha do aprofundamento da oração e da união com Deus, o copresidente, Jesús Morán, ofereceu  uma contribuição importante com seu discurso “A dádiva da humanidade de Cristo”. Foi uma leitura  do mistério eucarístico a partir desta frase do teólogo e artista esloveno Marko Rupnik: “A Eucaristia é  a dádiva que o Pai nos dá, mediante o Espírito, da humanidade de Cristo”. 

Jesús explica: “Toda pessoa que se aproxima da Eucaristia recebe, portanto, uma nova forma de ser (…) que  significa uma nova maneira de pensar, de sentir, de amar, de querer. Essa transformação influencia a minha  inteligência, a minha vontade, a minha afetividade, a minha sexualidade; meu corpo e minha psique. Tudo  isso, independentemente se eu sinto ou não algo particular quando recebo a comunhão. A fé me diz que a  transformação é verdadeira; e se eu perseverar, mais cedo ou mais tarde verei os frutos”. 

Preciosa também foi a meditação preparada por Florence Gillet, teóloga do Centro Chiara Lubich,  sobre: “A ‘hora’ e os pedidos de intercessão na oração de Jesus no capítulo 17 de são João”. Desejamos que todos possam ouvi-la na íntegra; aqui relatamos apenas algumas passagens que, em  nossa opinião, iluminam o que Jesus quis expressar quando diz: “Pai, chegou a hora”. Florence esclarece  que no Evangelho de João: “a ‘hora’ é a hora da transformação daquilo que não é naquilo que é, do  negativo que se torna positivo, é a hora da cruz que Jesus escolhe deliberadamente. É a hora em que a  humanidade de Jesus está prestes a ser divinizada. É a hora da glória. É a hora do amor ao ponto do  inverossímil”.  

Leia também o Relatório 2 do evento.

Michele Zanzucchi, jornalista e autor de publicações sobre a história do Movimento dos Focolares, na  palestra “Memória que se torna presente” focalizou o aspecto do desafio narrativo da história de Chiara Lubich e das origens do Movimento dos Focolares. Uma história atualizada se faz necessária, bem como estilos e métodos de transmissão atualizados, adequados para pessoas, comunidades e  povos que vivem em condições sociais, geográficas e culturais totalmente diferentes da época do seu nascimento.  

Um desafio, o da atualização de um carisma, tratado repetidamente também por Luigino Bruni,  economista, que conduziu os presentes, mediante a leitura e a interpretação de alguns “sinais dos  tempos”, a reconhecer a presença do Divino na vida cotidiana.

“No Evangelho – explicou – os sinais dos  tempos são fatos históricos que incorporam uma mensagem ‘sacramental’, algo que parte da matéria,  mas expressam um ‘além’. Talvez o grande sinal dos tempos de hoje seja aprender a reconhecer a voz  do Espírito no pequeno, dentro do cotidiano: não mais nas grandes coisas do passado, mas na voz sutil  de hoje; finalmente sendo humildes, um pouco humilhados, mas talvez mais humanos, mais cristãos,  mais cheios de fé, mais irmãos e irmãs”. 

Ao lado da palavra norteadora “generatividade”, acrescentamos outra que representa um pouco a linha  vermelha que ligou os tópicos desta última semana. Essa palavra só pode ser futuro. Eles se apresentaram:  

O “Focolare Ecoplan”:

Um compromisso com a conversão ecológica por meio de ações  concretas de indivíduos e comunidades do Movimento. Na atuação das propostas que  emergiram na Assembleia Geral de 2021, o Movimento tem o compromisso de verificar a  sustentabilidade ecológica de suas estruturas e atividades e melhorar a formação de todos para  uma consciência ambiental que leve a estilos de vida mais sustentáveis.

Um dia de plena imersão com as novas gerações:

Dedicado em particular a programas de  formação que visam ao desenvolvimento integral da pessoa, para que todos possam vir a ter  relações saudáveis, plenas e harmoniosas consigo mesmo, com o próprio corpo, com os outros  e com Deus; relações que incluem corporeidade, sexualidade, emoções. Fizemos um balanço da  situação sobre o desenvolvimento do curso Up2Me para adolescentes (9-17 anos) que, já tendo  iniciado há algum tempo, é seguido por mais de 2.200 adolescentes no mundo todo, com cursos  paralelos para os pais; falou-se de Up2Me para crianças (até 9 anos), cujo material está em  andamento e quase concluído, o qual prevê um curso de formação em conjunto com os pais;  foram apresentados os resultados da faixa etária dos adolescentes, após uma ampla pesquisa  que possibilitou ouvir e dialogar com mais de 1.600 pessoas, incluindo jovens (17 a 30 anos) e  adultos acompanhadores de jovens do Movimento dos Focolares. Tais contribuições irão  desembocar em um projeto de acompanhamento e apoio aos jovens (18 a 30 anos), concebido  e compartilhado com eles.  

Cliques das e dos participantes do encontro anual dos responsáveis.

Sob o título “futuro” encontramos também o grande tema da sustentabilidade do Movimento, para o  qual estamos trabalhando, mas gostaríamos de nos deter aqui na apresentação e publicação do  “Balanço de comunhão”, apresentado aos responsáveis das regiões. Do que se trata? Margaret explica dessa forma ao introduzir o documento:

“Este Balanço de Comunhão 2021′ deseja ser um primeiro  passo da ampla partilha da nossa economia no Movimento dos Focolares (…) Gostaria de oferecê-lo  a todos vocês para que possa se tornar também um instrumento de diálogo, para construir pontes e  espalhar uma cultura e uma prática de fraternidade. Esperamos que essas páginas marquem para  todos nós o início de uma partilha cada vez maior, para ser sementes de esperança dignas de  confiança, que contribuam para renovar o mundo com amor”. 

Geneviève Sanze e Ruperto Battiston, conselheiros do aspecto “Comunhão de bens, economia e  trabalho”, explicaram que o Balanço de Comunhão busca concretamente ilustrar como foi utilizada a  comunhão de bens do Centro Internacional comum a toda a Obra. Não oferece uma visão completa da  economia da Obra no mundo todo, pois é muito variada, disseminada e com múltiplas atividades. Além  disso, mais do que nos dados econômicos e financeiros do Movimento, enfatiza avaliações e indicadores  que destacam a contribuição para a sociedade enquanto aspecto da comunhão, que não é um acréscimo, mas é intrínseco à nossa vida; e que a transparência oportuna faz parte da reciprocidade  dessa vida de comunhão.  

Os encontros de Margaret e Jesús com as Grandes Regiões continuaram: no sábado, 17 de setembro,  foi a vez da Ásia e da Oceania. Olhando do alto e com a ótica da unidade essa imensa porção do  mundo, vem em relevo uma colaboração entre os diversos países, que vai além, e muito, das  fronteiras nacionais e culturais. Há também a percepção da urgência de “entrar” na cultura local, algo  que o carisma tem em seu DNA, porque é o Evangelho. E, para isso, é necessário formar os dirigentes  das comunidades locais para que possam levar adiante a vida. Segunda-feira, 19 de setembro, foi a  vez da África e do Oriente Médio. Na África, as comunidades locais são os verdadeiros pilares do  Movimento; são vitais, inseridas na Igreja local, com uma forte presença dos jovens. Tanto no  continente africano quanto no Oriente Médio, o espírito missionário vem à tona como o principal  caminho para levar Deus; um caminho a ser aprofundado e incrementado. No Oriente Médio, a  presença de pequenas comunidades em vários países é preciosa. Margaret e Jesús quiseram  transmitir-lhes sua profunda gratidão pelo que fazem nesses territórios com enormes desafios de  guerra, migração, pobreza.  

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