Um dos focolarinos (um leigo consagrado do Movimento dos Focolares) de Curitiba saía todas as noites após o jantar para doar aquilo que sobrava das refeições às pessoas em situação de rua das redondezas. Logo que a quarentena começou, ele compartilhou com os outros focolarinos que tinha no coração um grande desejo de fazer algo para os mais vulneráveis.
“Pensamos que era o Espírito Santo que nos queria dizer algo através dele e lembramos que Chiara Lubich dizia que quem está ao nosso lado é um dom para nós”, escreveram para o nosso site.
Foi então que nasceu uma experiência de todo o Focolare. “Vimos que não nos bastava dar aquilo que sobrava. Aquelas pessoas mereciam uma refeição digna”, continuaram. E logo enviaram uma mensagem a muitos amigos solicitando doações para que pudessem preparar “quentinhas” no Focolare a serem entregues aos que estavam na rua, como um ato de amor para levar esperança e acolhida.
E a providência chegou! Às vezes com R$ 20, outras com R$ 500, e ainda com sabonetes, bolo de chocolate, máscaras, água, dentre outros itens.
‘’Tudo é feito com muito amor, enquanto cozinho, rezo o terço e procuro fazer uma comida boa para que eles se sintam amados”, contou um dos focolarinos envolvidos.
Enquanto alguns cozinham, outros preparam as embalagens e outros saem para as entregas, sempre com as devidas medidas de segurança: máscara, luva e a distância adequada.
Depois de um mês, as experiências são várias. Os focolarinos encontram pais de família que recolhem lixo reciclável com os filhos para a complementação da renda familiar; também encontram quem deita nas ruas sem ter se alimentado e acorda feliz com uma quentinha; e ainda quem recusa a marmita pois já está alimentado e pede que a comida seja entregue a quem precisa mais. Num dos dias, encontraram inclusive um desconhecido que doou 40 máscaras sem nem mesmo conhecê-los.
“Sair à noite a procura de Jesus nos pobres faz-me lembrar a esposa do Cântico dos Cânticos que saía à cidade à procura do amado. Uma vez encontramos uma família vinda do interior de São Paulo, que morava na rua pois não havia encontrado trabalho na cidade. Eles tinham uma filha pequena, e a primeira impressão que me veio quando entreguei a quentinha foi: ‘tudo o que fizerem ao menor dos meus, a mim o fizeste’. Não tem preço ver o sorriso deles quando se sentem amados, acho que fico mais feliz do que eles”, completou outro focolarino.
A ação do focolare de Curitiba já entregou mais de 300 marmitas, 277 garrafas de água mineral, 205 pãezinhos de mel, 100 bombons, 50 fatias de bolo, 48 sabonetes, 7 máscaras.
E a aventura continua!
