“O Roger é como mina segunda casa, aqui eu brinco, faço tarefas e também aprendo como amar as pessoas… e eu nunca quero que ele acabe”
“O Roger é uma casa muito linda, legal, onde a gente brinca, estuda e ainda temos o dado do amor onde fazemos os atos de amor, como: amar a todos, amar o inimigo, ser educado com o coleguinha, eu gosto muito daqui, aprendo muitas coisas”
O início
Tudo começou com um ato de amor muito simples dos jovens da cidade de Manaus. Era o ano de 1991. Olhando ao redor, perceberam a presença de uma das “coroas de espinhos” da cidade, uma comunidade carente que habitava uma área de invasão.
Começaram então a frequentar aquele local nos finais de semana para brincar e lanchar com as crianças.
Em contato com elas, apareceram logo algumas necessidades urgentes, como a de uma família de uma menininha, de 12 pessoas, com pais desempregados e todos vivendo em uma casinha precária.
Os jovens percorreram a cidade, visitando lojas de material de construção e em regime de mutirão reconstruíram a casa daquela família, para devolver-lhes um pouco de dignidade.
Outras ações assim se seguiram. E logo veio uma proposta, sugerida pelos próprios pais das crianças: a construção de uma escolinha para as crianças para que não ficassem na rua.
Construção da primeira escola
Em regime de mutirão, com a participação dos jovens do movimento, os pais dos alunos e os próprios alunos, construíram uma casinha de três cômodos que se tornou a Escolinha. Em 15 de março de 1992 as crianças começaram a estudar ali e eram 100, divididas em dois turnos, de manhã e de tarde, jardim de quatro e cinco anos e alfabetização.
A Escolinha precisava de nome e foi escolhido o nome Roger Cunha Rodrigues para homenagear um menino da comunidade que morreu de leucemia e que era muito especial porque no seu sofrimento deu um exemplo de muito amor a Deus e uma amizade profunda com Jesus. Seus pais, o João e a Rosely, eram professores na Escolinha. Conseguiu-se também um convênio com a SEMED, Secretaria Municipal de Educação, que pagava os professores, fornecia merenda, uniforme e material escolar.
Passados dois anos naquele local, o dono do terreno precisou dele, pois ia se casar. Nesta mesma, sabendo do trabalho do Movimento dos Focolares naquele bairro, uma pessoa doou um novo terreno para a construção da nova escola.
A nova escola
A construção da nova Escola iniciou com a participação de todos! A comunidade organizou um arraial, no qual o ingresso de participação era a doação de um tijolo e, por isso, o arraial se chamou Arraial do Tijolo. Muitas pessoas doaram não um, mas um milheiro inteiro para a construção.
Em pouco tempo ergueram-se as salas para acolher as crianças em idade Pré-Escolar e Ensino Fundamental.
Um novo desafio
Nesta época acabou-se o convênio com a SEMED o que dificultou manter as professoras. Encerrou-se então o trabalho com o Ensino Fundamental, permanecendo a Educação Infantil e ações complementares à escola. Apesar do sofrimento em ter que terminar o ensino fundamental, a comunidade dos Focolares entendeu o seu verdadeiro papel naquele bairro. Como já existiam outras escolas públicas naquela região, o trabalho foi redimensionado e a escola foi transformada em um Centro Social, oferecendo atividades alternativas para as crianças, adolescentes e jovens da comunidade. Hoje intitulado Centro Social Roger Cunha Rodrigues.
O Centro Social Roger Cunha Rodrigues realiza atendimentos às famílias das crianças e dos adolescentes acompanhados por esta instituição, como forma de promover a dignidade humana a estas pessoas.
Atualmente, 90 famílias e 143 crianças e adolescentes são assistidas pelo Centro Social, cada uma com particularidades específicas à realidade social em que estão inseridas.