CHUVAS DE SÃO SEBASTIÃO. Fortes chuvas arrasaram o litoral do Estado de São Paulo e o município de São Sebastião foi fortemente atingido. Em meio aos inúmeros desafios estruturais e pessoais de cada morador(a), membros do Movimento dos Focolares se uniram para apoiar a população que sofria. Confira esse depoimento.
Cristiani Teixeira é Voluntária de Deus em formação e junto com 8 jovens do Movimento dos Focolares, ela e sua família decidiram agir para apoiar os moradores(as) da município de São Sebastião, litoral de São Paulo, que sofreram com as chuvas históricas do final de semana do carnaval deste 2023, deixando dezenas de mortos e feridos.
Vieram 8 jovens e a sensação que tinha é que éramos uma família. Então preparei os quartos, tudo simples mas com muito carinho.
Na igreja Matriz, o grupo ajudou a separar roupas e levar doações e num dado momento foi para a Vila Say: o bairro com mais mortos e feridos. Lá conheceram Ildes, a presidente da associação, que os recebeu e com o coração partido narrou como foi aquele domingo, 19 de fevereiro de 2023.
Agir e escutar após as chuvas de São Sebastião
Ildes narrou que a própria população fez o resgate dos feridos, isto é: socorrendo os amigos, os vizinhos, e tirando os corpos…tudo muito triste, e que mesmo sem luz e sem sinal de telefone conseguiram chamar socorro.
“E quando se dão conta de que as estradas estão bloqueadas por deslizamentos, um médico que estava a passeio chegou até o local para socorrer os feridos. Mas não tinha muito o que se fazer”, relembra Cristiani, após conversar com Ildes.
Cristiani narra que Ildes desde daquele dia não parou, estava sempre exausta, e em seu rosto transpassava a dor. Durante uma roda de conversa, ela encontrou um ambiente para respirar fundo e chorar a tantas perdas. “Ela nos falou que não tinha tido tempo de chorar ainda!”.
Em meio a tantas mortes, ela perdeu uma amiga que também fazia parte da associação, seu nome era Bruna, uma jovem que se foi junto com sua família.
E em tantas coisas tristes, eis que começa a florir a solidariedade e as doações começam a chegar de todas formas e de todo canto do mundo. A vinda dos jovens do movimento também nos trouxe a esperança, pois até mesmo eu estava desmotivada. Nos movemos e saímos para amá-los.
Um dos jovens do grupo ressaltou que uma parte da ajuda foi “concluída” com sucesso, afinal foram 300 toneladas de roupas, cestas básicas, produtos limpezas, produtos higiênicos, colchões, águas e muita outras coisas. Porém, vem aquela outra parte que precisa de calma, sem pressa: parar e escutar, abraçar e, por um momento, ouvir cada um na sua particularidade e na sua dor.
Sempre há tempo para amar. Eu fico muito feliz em poder ser amor e ter conhecido essa família Focolares que agiu nessa hora de dor.