Sou Clefaude Estimable, haitiano, vivendo no Brasil.
Quando cheguei, há dois anos, eu não podia ter um trabalho remunerado devido ao tipo de visto que tenho. Então, comecei a fazer um trabalho voluntário de mediação cultural e traduções em algumas outras línguas na Pastoral dos Imigrantes, disponibilizando meu tempo para ir a hospitais , aeroportos, entrevistas de trabalho, ponto de ônibus, etc.
Com este trabalho entendi melhor o que eles estão vivendo, oferecendo uma escuta mais profonda para entender as demandas desses imigrantes.
Atualmente, em Florianópolis, existem muitos imigrantes vindos de diversos países, como Haiti, Gana e Senegal, Venezuela, Perú, Argentina, etc.
São muitas as dificuldades enfrentadas por essas pessoas ao chegarem aqui: a língua, que interfere em sua autonomia e prejudica a integração social; dificuldade de legalização; racismo e preconceito, já que essa nova onda de imigração é marcada pela cor negra e morena; a distância dos familiares, a saudade que isso gera; problema de moradia, dificuldade de pagar o aluguel, entender o contrato e necessidade de compartilhar com outras pessoas lugares pequenos; adaptação ao clima rigoroso do inverno, entre outros.
Esses fatores são grandes geradores de sofrimento psicológico.
Atualmente faço estágio no CRAS “Centro de Referencia de Assistência Social” como mediador cultural e linguístico, promovendo palestras entre os brasileiros e imigrantes.
Ainda me disponho a escutá-los profundamente, assim consigo encaminhá-los para outros profissionais com o objetivo de diminuir o sofrimento e possibilitar maior inclusão social desses imigrantes.
Um mediador de amor para os imigrantes em Florianópolis
