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Movimento dos Focolares atua em diversas frentes no Rio Grande do Sul para ajudar população atingida pela catástrofe climática 

Entrevista com Mariella Francischinelli.

De todo o Brasil, milhares de pessoas se mobilizam para apoiar as 1,4 milhão de pessoas afetadas pelos temporais trágicos que atingiram o Rio Grande do Sul (RS) desde o dia 29 de abril de 2024. 

O balanço da Defesa Civil gaúcha, divulgado na manhã do dia 08 de maio, apontou 417 dos 497 municípios do estado atingidos, de alguma forma, pela crise climática

Os vídeos que circulam nas mídias sociais mostram a velocidade assustadora da água subindo em casas, comércios, hotéis, pontes e estradas. Porém, na mesma velocidade, outra força foi vista se alastrando por todo o território gaúcho, vinda de todas as partes do Brasil: a solidariedade

“Está vindo fora o melhor da humanidade”.

Estas foram as palavras ditas por Mariella Francischinelli, responsável pelo Centro Mariápolis Arnold, espaço físico do Movimento dos Focolares, localizado em São Leopoldo (RS), que está atuando em diferentes frentes para garantir melhor dignidade à população atingida pelos temporais

Conversamos com Mariella na tarde do dia 08 de maio, e ela pôde compartilhar algumas das iniciativas realizadas pelas comunidades do Focolares, até o momento. Você confere agora. 

Mariella, o que está sendo realizado pelas comunidades do Movimento dos Focolares no Rio Grande do Sul para apoiar a população local? 

Temos comunidades fortes e resilientes que estão colaborando nas mais diferentes frentes necessárias neste momento de crise. Hoje mesmo, o centro mariápolis fechou a compra de 300 colchões que serão transportados até Porto Alegre, para direcionarmos aos abrigos que precisam.

Nos próximos dias, receberemos 45 estudantes de medicina e enfermagem do Instituto Adventista de Maringá, que ficarão hospedados no Centro Mariápolis enquanto dão suporte às pessoas enfermas por, aproximadamente, 20 dias. 

Bento Gonçalves recebeu o alerta de evacuação nesta manhã e a população já se mobiliza para recolher alimentos e artigos higiene. Já em Santa Maria, estão levando alimentação à uma comunidade indígena local que ficou sem comunicação externa, devido às pontes rompidas durante a enchente. 

As comunidades que não foram atingidas, estão se mobilizando para atender o seu redor. Por exemplo, a paróquia de Osório está recolhendo roupas; a comunidade de Santo Antônio da Patrulha recebeu 50 desabrigados de Canoas, município fortemente inundado, que também está recebendo lanches e marmitas enviadas por Gravataí

Alimentação recolhida de doações.
Gravataí.

Já em Lajeado, muitas famílias do Movimento perderam tudo e começaram agora o serviço de limpeza, que precisa ser feito rápido, porque quanto mais a lama seca, mais difícil fica a limpeza. 

Aqui em São Leopoldo, estamos em contato com a Unisinos, faculdade dos jesuítas, que está acolhendo 1.800 pessoas, para articular a estrutura para atendimentos, entrega de utensílios, remédios e suprimentos. 

Aqui no focolare, como chamamos as residências onde vivem os consagrados do Movimento, recebemos duas famílias que perderam tudo e que estão nos ajudando a preparar lanches para as pessoas acolhidas pela Unisinos. 

Recebemos a informação de que estavam precisando de proteína, então, compramos 300 pães, presunto, queijo e carne e estamos preparando lanches por aqui. A Unisinos colocou à disposição toda a estrutura da Universidade, inclusive a cozinha do curso de Gastronomia, onde os próprios professores e alunos fazem as refeições

E há quem ajuda de outras formas: brincando com as crianças e levando alegria para os pequenos. 

Também temos dois jovens na paróquia recebendo roupas e estamos vivendo experiências fantásticas. 

Como estão sendo essas experiências cotidianas? Estão conseguindo o que precisam?

Com o intenso trabalho e as doações que chegam, estamos lidando da melhor maneira que conseguimos. São muitos imprevistos chegando e trabalhamos para supri-los. 

Recebemos a ligação de uma família que a esposa estava tendo um parto prematuro e não tinham nada de roupa para o neném. Nós ligamos para os jovens que separam as roupas e eles nos disseram que tinham acabado de receber algumas roupas de neném. 

Depois, precisamos de cobertores e nos disseram que estava chegando naquele momento cobertores para doação. Em outro momento, surgiu a necessidade de um sapato número 42 e, claro, ele chegou!

A dificuldade existe e estamos lidando com ela juntos e juntas, fazendo, cada um, o que é possível para colaborar. 

E como estão as ações na capital Porto Alegre? 

Recentemente, fechamos dois focolares masculinos, que iríamos alugar. Com as chuvas, abrimos as portas de um destes para uma família desabrigada e, do outro, para voluntários de lancha. 

Uma família da capital também abriu sua casa e se colocaram à disposição para montar uma planilha específica com o nome das pessoas, seu peso, altura, tamanho de roupa para conseguirmos exatamente o que cada um precisava.

E como estão abrindo as estradas agora, estamos conseguindo receber, daqui de São Leopoldo, algumas doações de POA. Por exemplo, estávamos precisando de talheres porque a recomendação da Anvisa é não reutilizar talheres e não encontrávamos mais por aqui, então, uma família trouxe de Porto Alegre. Porém, essa viagem que costumava durar meia hora, durou 7 horas.

Essa onda de solidariedade que está contando foi imediata? 

Com certeza. Ocorreu uma união instantânea de todas as instituições parceiras e das comunidades como um todo. O povo abriu o coração.

A gente vê doação chegando de todos os cantos. Eu, por exemplo, sou de São Paulo, e estou recebendo doações de parentes e amigos dispostos a ajudar de alguma forma, até móveis estão enviando! 

Está sendo assim, cada um doa o que tem, seja mil, cem ou, até mesmo, 6 reais e 30 centavos. Não existe doação que não seja importante. Recebemos de pessoas com muitos recursos financeiros, mas também de pessoas socioeconomicamente vulnerabilizadas. 

O que você gostaria de dizer para quem está fora do Rio Grande do Sul, que está acompanhando todas essas notícias?

Que estamos muito gratos e gratas pelo empenho de cada um e de cada uma. Chiara Lubich, a fundadora do Movimento dos Focolares, nos ensinou a amar o próximo como a nós mesmos. Isso significa que somos todos iguais e todos merecemos dignidade e cuidado. 

Aqui nos abrigos, todos e todas são tratados igualmente e recebem os mesmos cuidados. E sentimos que estamos vivendo o amor que ela nos ensinou a viver. 

Enfatizo que ainda vamos precisar de muita ajuda, porque as maiores despesas virão depois, na reconstrução das casas, das famílias. Portanto, não fechem os olhos para o Rio Grande do Sul nas próximas semanas, permaneçam conosco, nesta solidariedade tão rica que estamos sentindo na pele. 

Saiba como doar

Você pode fazer parte desta rede de solidariedade para a população do Rio Grande do Sul e realizar a sua doação pelos canais confiáveis disponibilizados pelo Movimento dos Focolares Brasil, em parceria com a Economia de Comunhão Brasil e o Comitê do Genfest 2024.

Dados bancários:

Banco do Brasil

Agência: 2665-4

Conta Corrente: 39.322-3

Pix: acaoemergencial@anpecom.com.br

Associação Nacional por uma Economia de Comunhão

CNPJ: 07.638.735/0001-94

Em caso de dúvidas, estamos à disposição em nossos canais de comunicação oficiais. 

Doação internacional:

Azione per un Mondo Unito ETS (AMU)
IBAN: IT 58 S 05018 03200 000011204344 presso Banca Popolare Etica
Codice SWIFT/BIC: ETICIT22XXX

Azione per Famiglie Nuove ONLUS (AFN)
IBAN: IT 92 J 05018 03200 000016978561 presso Banca Popolare Etica
Codice SWIFT/BIC: ETICIT22XXX

IMPORTANTE:
Especifique no ato da doação: Emergência das inundações no Brasil

Para essas doações são previstos benefícios fiscais em muitos países da União Europeia e em outros países do mundo, segundo as normas locais. Os contribuintes italianos, por exemplo, poderão obter dedução e detração de renda, segundo as normas previstas pelas ONLUS.

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